sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

SEGUIR EM FRENTE.





**Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
O que passou não voltará: não podemos ser 
eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora.
Soltar.
Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..

E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão


(FERNANDO PESSOA)
 

Cavaleiros , Princesas e Dragões.

Pensamos que, às vezes, não restou um só dragão.

Não há mais qualquer bravo cavaleiro, nem uma única princesa a passear por florestas encantadas. 

Pensamos, às vezes, que a nossa era está além das fronteiras, 
além das aventuras.

Que o destino já passou do horizonte e se foi para sempre.
É um prazer estar enganado.

Princesas e cavaleiros, encantamentos e dragões, mistério e aventura, não existem apenas aqui e agora, mas também continuam a ser tudo o que já existiu nesse mundo.

No nosso século, só mudaram de roupagem.

As aparências tornaram-se tão insidiosas que as princesas e cavaleiros podem esconder-se uns dos outros, podem esconder-se até de si mesmos.

Contudo, os mestres da realidade ainda nos encontram, em sonhos, para nos dizerem que nunca perdemos o escudo de que precisamos contra os dragões;
que uma descarga de fogo azul nos envolve agora, a fim de que possamos mudar o mundo como desejarmos.

(texto de R.Bach)





terça-feira, 11 de dezembro de 2012


CONVERSA NO INTIMO COM O CABOCLO FOLHA VERDE.
.Caboclo estou receoso para com as pessoas e a vida.
.filho,
Pense na vida como um rio.
Um rio que flui naturalmente em direção ao oceano,
Passando por paisagens diversas,  sofrendo quedas íngremes ,  violentas corredeiras ,
Períodos de placidez, se alterando no caminho , ficando ácido , salicílico , alcalino , turvo , límpido, viscoso .
Por vezes você pode se refugiar ao leito em busca de tranquilidade ou estabilidade.
Por vezes você pode se agarrar a uma ramagem , ou a um tronco firme.
Más você não pode passar a vida agarrado, ancorado .suas forças não são para isto.
Por que o rio é tua vida e viver é o teu motivo .
Não fique Vendo o rio passar, não fique vendo as águas rolarem.
O rio fluiu por ti as águas rolam para que você adquira experiências.
Não se preocupe com o que outros pensam ou dizem.
Você Tem de perceber que suas forças não estão em outro lugar que não em ti.
Suas forças são para a vida , construir , edificar , aprender e ensinar.
Tem de
viver os ciclos da vida e saber
quando uma etapa chega ao final.
Aprender o desapego ,
Não se prenda as situações ou as pessoas.
Seja escravo apenas de teu querer.
libertar e ser livre: Aí esta a maior forma de amar a si e aos outros.
Sem perder a alegria, solte-se a fluidez da vida .
Seguir a corrente que diz viva seja livre, seja feliz,
Solte-se filho o rio só anda pra frente
siga. Use o que se passou como aprendizado para
O que está por vir.
Não se prenda... as vezes passar necessidades físicas ou emocionais é a necessidade emergente e necessária ao teu crescimento.
Viva o prazer e a dor de cada momento
Por que cada momento traz em si o que você necessita para desaguar pleno no mar da eternidade.
É um grande amor que não vingou.
Um trabalho esperado que não aconteceu.
É a brusca ruptura com irmãos de caminhada.
É a desilusão com as intenções humanas.
Se contrapondo.
Más ensinando.
Só a vida ensina.
Você  há de entender o que se passa em teu intimo.
Há de perder o medo de jogar-se nas águas deste rio fluídico.
Confia e desperta .
Deixa de ser o que esperam de ti.
Seja o que você é verdadeiramente.
Um espírito livre
Sem medos, culpas ou pecados.
Desprenda-se , desapegue-se, não carregue bagagens desnecessárias.
O que você precisa é de uma consciência leve, pés ligeiros.
Mãos firmes e carinhosas, uma brisa que te refresque, e um anjo que te guarde.
Deixa o rio fluir filho.
Apenas viva a vida com o que ela lhe dá, não busque recompensas, nem acumule riquezas , os teus tesouros serão as atitudes honestas e sinceras., a retidão de teus pensamentos, emoções e ações.
Ofereça o brilho de teu olhar , reflexo de teu espírito luminoso.
Nada mais.
Deixa o rio fluir.
Filho.
Viva a vida.

SARAVÁ CABOCLO !

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

OS SABORES DA VIDA !

Mais uma noite com pouco sono , tenho percebido que durmo cada vez menos , se não é minha pequena princesa com seus acessos alérgicos tossindo a noite inteira , é uma reticente insonia de olhinhos pequenos e caídos me sorrindo .

fazendo agora a pouco o café , tomei amargo , me lembrando de uma máxima popular "DE AMARGO JÁ BASTA A VIDA" .
Más qual é o sabor da vida ????
Doce , amarga , apimentada 
, salgada , acre , azeda , "insossa" ...
?
qual o sabor da vida ?
é tudo né.


más insossa nunca.
aprendi 
que.
a vida é tudo, e todos , as vezes um ou outro , por vezes misturado
más DOCE nem sempre.
... a vida tem momentos doces , momentos amargos.
e temos de saborear o que a vida nos dá , pois independente do gosto é o que nos alimenta , nos engrandece , nos ensina , nos movimenta ou conforta.
como nos versos de Manuel Bandeira.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

Eu faço versos como quem morre.

Viver a Vida com o que ela nos dá.
aprender com o dolorido esforço de olhar dentro.
reconhecendo o prazer e a dor de cada sabor.
o prazer e a dor de "ser".
e "ser" sem se desesperar.
...
meu dia está nublado.
minha cor pálida.
o sabor é amargo.
e o sol brilha.
placido.
incorrupto.
insensível.

É A VIDA. !





(Antonio Bispo)






sábado, 22 de setembro de 2012


Pantera Negra - Exu ou Caboclo?

Por Ras Agdeabo, retirado do Jornal de Umbanda Sagrada

No rico universo místico da Umbanda, existem entidades pouco conhecidas e estudadas. Com o tempo, é natural que algumas delas sejam esquecidas por nós. Uma delas é Pantera Negra, celebrado por uns como caboclo e por outros como exu.

Seu Pantera era mais conhecido pelos umbandistas de antigamente, quando muitos terreiros eram de chão batido, caboclo falava em dialeto, bradava alto e cuspia no chão.

Nas sessões ele comparecia sempre sério, voz de trovão, abraçando bem apertado o consulente que atendia. Não gostava muito de falatório, queria mesmo é trabalhar.

O tempo foi passando e raramente o encontramos nos centros, tendas e outros agrupamentos de nossa Umbanda. Aonde terá Seu Pantera ido ?

O falecido Pai Lúcio de Ogum (Lúcio Paneque, de querida memória), versado nos mistérios da esotérica Kimbanda, que se diferencia da popular Quimbanda e está distante da vulgar Magia Negra, dizia que Pantera Negra era chefe de uma Linha de Caboclos que atuam na Esquerda.

Estes caboclos, explicava Pai Lúcio, eram espíritos oriundos de tribos brasileiras muito isoladas e desconhecidas, ou de tribos das ilhas do Caribe, Venezuela, México e mesmo dos Estados Unidos.

Índios fortíssimos, arredios e alguns até brutos, às vezes gostam de marcar seus "cavalos", ordenando que coloque na orelha uma pequena argola e no braço uma espécie de pulseira de ferro.

Ainda costumam receber suas oferendas em encruzilhadas na mata, na vizinhança de uma grande árvore. Podem ser assentados em potes de barro com ervas especiais, terra de aldeia indígena e outros elementos secretos, que são consagradas por sacerdotes iniciadas nos mistérios destes espíritos. Pai Lúcio ainda dizia, que a maioria dos médiuns destes caboclos são homens.

Os mais conhecidos, além de Pantera Negra, são : Caboclo Pantera Vermelha, Caboclo Jibóia, Caboclo Mata de Fogo, Caboclo Águia Valente, Caboclo Corcel Negro e Caboclo do Monte.

Alguns irmãos umbandistas conhecem estes trabalhadores astrais, com o nome de Caboclos Quimbandeiros.

Pantera Negra aparece como caboclo e exu, mesmo fora da Umbanda. Na região Sul do Brasil, principalmente, o encontramos dentro de um grupo muito especial, chamado de Caboclos Africanos.

Ali ele se manifesta com o nome de Pantera Negro Africano, ao lado de Arranca-Caveira Africano, Arranca-Estrela Africano e Pai Simão Africano, entre outros. A maneira de atuar destes entes é muito parecida com a dos Caboclos Quimbandeiros, sendo confundidos com freqüência.

Alguns adeptos e médiuns que trabalham com estas entidades, acreditam que é o mesmo Pantera.

Porém Seu Pantera Negra vai além. Seu culto é encontrado nos Estados Unidos e no Caribe, como tive a oportunidade de conhecer, dentro do Xamanismo Nativo, Santeria Cubana (ou Regla de Ocha) e Palo Monte.

Lembro de David Lopez, um santero de Porto Rico. Quando ele fez dezesseis anos, sua tia, Dona Carita, o levou a uma festa de Orixá e ali ele desmaiou. Aconselhado por um babalawo, David resolveu fazer o santo. Antes da iniciação a seu Orixá, como de costume no Caribe, foi celebrado um ritual em honra aos ancestrais (eguns). Na celebração, incorporou em nosso amigo um espírito de índio bravíssimo... Batia muito no seu magro peito e vociferava como se estivesse em uma guerra. Quando foi pedido o seu nome, disse o indígena : sou Pantera Negra !

Vi o mesmo tipo de transe aqui no Brasil, em raros médiuns de Seu Pantera, como o querido irmão Mário (Malê) de Ogum, sacerdote umbandista.

No Haiti ele é conhecido como Papa Agassou (Pai Agassou) e aparece como uma negra pantera e não mais como índio.

A tradição considera que ele veio da África, da região do antigo Dahomé, onde era celebrado como totem e protetor da Casa Real. O primeiro nobre desta linhagem, contam os mais velhos, foi um homem-fera, pois tinha pai pantera e mãe humana.

Agassou é muito temido, pois é profundamente justo e não perdoa os fracos de caráter. Poucos médiuns conseguem suportar a incorporação dele ou de outros espíritos da família das panteras. É necessário muita preparação, firmeza de pensamento e moralidade. Do contrário, e isto realmente acontece, o médium começa a sangrar muito durante a incorporação. É terrível.

Em outras ilhas do Caribe, também encontramos seguidores de Pantera Negra. Alguns o invocam como espírito indígena e outros como uma força africana, meio homem, meio felino.
No Brasil, ouvi as mesmas recomendações de pessoas que cultuam ou trabalham com Pantera Negra. Pai Lúcio me disse, que os aparelhos de Seu Pantera não costumavam beber, falar demais ou serem covardes. Eram disciplinados, verdadeiros guerreiros modernos.

Em certos rituais de Pajelança Cabocla, podemos ouvir o bater incessante do maracá e o chamado do pajé, que canta :

YAWARA Ê !
YAWARA Ê !
HEY YAWARA,
YAWARA PIXUNA,
PIXUNA Ê, YAWARA,
YAWARA, YAWARA !
Yawara Pixuna, quer dizer Pantera Negra. Alguns traduzem como Onça Negra. O canto acima, pode ser utilizado para afastar espíritos maléficos, que fogem ao ouvir este nome mágico.

Caboclo ou Exu, Pantera ou Onça, brasileiro ou estrangeiro, ele é mais um mistério que Zambi animou. O tempo passa, mas Pantera Negra ainda persiste.

SALVE PANTERA NEGRA !


RECEITAS TRADICIONAIS

PATUÁ DE PROTEÇÃO "PANTERA NEGRA" (Obeah - Caribe)

- um imã pequeno
- um pouco de limalha de ferro
- uma pedra de azeviche
- uma Cruz de Caravaca pequena
- uma bolsinha de couro preta.
Em uma noite de Lua Cheia, colocar tudo na bolsinha e fechar. Rezar a Pantera Negra pedindo proteção. Acender uma vela verde normal e um charuto forte (de capa escura) como oferenda, depois da oração. A bolsinha fica ao lado da oferenda, até o dia seguinte.



BANHO DOS ESPÍRITOS PANTERAS - para a sorte e proteção (Magia Vodu - Haiti)

- três colheres de sopa de mel
- três copos de licores diferentes
- três garrafas de água mineral (ou de rio)
- três raminhos de canela
- um pouco de arruda
- três velas (verde, amarela e vermelha).
Faça um triângulo com as velas e as acenda. Coloque ao lado de cada vela, uma garrafa de água aberta. Peça aos poderosos espíritos panteras para consagrarem as águas. Quando as velas terminarem, despeje as garrafas em uma tina ou balde limpo. Ferva a canela e a arruda separadamente em meio litro de água. Adicione esta mistura na tina de água e coloque o mel. Misture e tome um banho.

PURIFICAÇÃO DA CASA OU LUGAR DE TRABALHO ESPIRITUAL, INVOCANDO PANTERA NEGRA E PANTERA VERMELHA (Xamanismo Mexicano)

- um pouco de pólvora
- uma garrafa de marafo com três raminhos de canela dentro (curtidos dentro da garrafa por três semanas)
- um pouco de alpiste
- um pouco de olíbano.
Em um prato limpo e branco, colocado atrás da porta principal, fazer uma pequena cruz de pólvora e queimar (com muito cuidado). Depois de queimada a pólvora, regar o prato com um pouco de marafo com canela. Invocar a proteção de Pantera Negra, Pantera Vermelha e a Legião dos espíritos panteras, pedindo limpeza astral e purificação do lugar. Em um vasinho de barro, queimar carvão e jogar dentro um pouco de alpiste e olíbano. Defumar todo o ambiente. Despachar as cinzas e o prato longe de casa. O marafo restante, pode ser usado para benzer as pessoas do lugar.

COMO BENZER COM O MARAFO :

- Fazer uma cruz no pulso esquerdo e direito da pessoa a ser benzida.

- Em seguida, fazer uma cruz na testa e dizer :

PANTERA NEGRA, PANTERA VERMELHA,
FORÇA, SAÚDE E BEM-ESTAR,
A LEGIÃO VAI TE DAR !
PANTERA NA TERRA, PANTERA NA ÁGUA,
PANTERA NO FOGO E PANTERA NO AR,
TE BENZO COM POVO DE JAGUAR !


O CAOS OU O NADA.

O caos do mundo não está em nenhum lugar a não ser dentro de nós.

Somos aquilo que trazemos no coração e nossa vida é reflexo do que praticamos e decidimos.

Imagine um mundo de plena paz. Um mundo sem dor, sem fome, sem doença...
Continue a imaginar e então imagine um mundo sem poluição, sem efeito estufa, sem acidentes, sem dor, imagine agora com toda sua esperança um mundo sem discórdia, sem preconceito, sem dúvida.

Imaginou?

Isso ainda não é o suficiente, agora imagine plenamente um mundo sem lágrimas, sem motivos para tristeza, imagine que ninguém sentisse saudade, imagine um mundo como se idealiza o paraíso, um lugar de campos verdejantes sobre as límpidas nuvens onde não exista com o que se preocupar.
Pense como seria um mundo sem trânsito, sem patrão chato, sem diferença social, onde todos pudessem ter o que intencionasse, imagine...

Imaginou?

Agora seja sincero, em que lugar neste mundo imaginado você poderia aprender?
Em que momento você refletiria sobre melhoras?
Onde estariam os heróis da nação?
Onde teríamos méritos?
Como se processaria a evolução?
Neste mundo imaginado como você contribuiria com algo?
Qual seu papel real?
Quem e como faria a diferença?
Qual seria o sentido de existir?
Como avaliaríamos a condição humana?
Como...

Se não há saudade, então não há alegria do reencontro, se não há dor, não há o prazer pós-parto de pegar o filho no colo com a sensação de que tudo vale a pena, não há aprendizado e melhoria, tampouco haverá o prazer do bálsamo.
Senão existir diferenças numa sociedade, não há com o que lutar e é de lutas gloriosas que se escreve uma boa história e então não teríamos história, não teríamos passado, o presente seria igual o futuro.
A vida não teria cor.

Assim, não lamente sua dor, não reclame de seus combates e não maldiga o Universo pelo tufão que te acomete.

Reflita, agradeça e cresça.

Porque afinal de contas, amanhã será o que hoje decidir, pois sua vida é o que você pratica, faça a diferença e escolha entre o caos e o nada.

Boa sorte e luz pra você!


(Mensagem recebida dia 02/05/08 ás 18hs, ditado por irmão Camilo, psicografado por Rodrigo Queiroz)



sábado, 25 de agosto de 2012

Mestre João da Luz -


Mestre João da Luz - O Pajé do outro mundo.
Por Edmundo Pellizari

Minha madrinha espiritual, Dona Maria Tiana, me contou a história do velho Mestre João da Luz, também chamado de João de Casa Nova, por causa da cidade em que ele apareceu lá na Bahia.


Ele foi o fundador de uma religião estranha e mágica, que foi conhecida como Linha de Jurá (Linhajurá) por volta de 1925.

Não se conhece seu verdadeiro nome, data de nascimento ou lugar preciso.

Os mais velhos diziam que Mestre João foi um caboclo que "caiu no mundo", vagando pelo sertão e pelas matas do Norte, trabalhando e curando por vários arraiais, sem estabelecer-se em nenhum canto por muito tempo.

Segundo consta, ele era originário do Maranhão, de mãe índia e pai mulato.

Alto, magro, olhos puxados de caboclo, Mestre João jamais largava seu surrado chapéu de couro e o velho cachimbo.

Dormia no chão, comia pouco, não era dado a bebidas fortes e jejuava frequentemente.
Acordava bem cedo, se aprumava, enchia o pito com ervas de cheiro doce e soltava longas baforadas dizendo palavras que ninguém entendia. 

Depois tomava seu café e ia até a igreja mais próxima.


Homem de oração, João da Luz rezava durante horas sem mexer uma pestana sequer.

Até parecia que nem respirava mais. Era muito devoto dos santos católicos e falava sempre das coisas da Bíblia, que conhecia de memória.



Vestia-se simplesmente, gostava de andar com o pé no chão e trazia um saquinho de couro pendurado no pescoço, que jamais tirava. Um secreto talismã encontrado em uma gruta, segundo a tradição.



Falava mansamente, olhava fixo nos olhos das pessoas, impunha respeito pela presença e carisma que dele emanava.

Não teve professores ou mestres vivos.

Recebeu a religião do Jurá diretamente dos amigos do Outro Mundo.
Conta-se que ainda moço, tendo adormecido na mata ao lado de uma cachoeira, foi levado a um misterioso reino do astral e ensinado pelos habitantes de lá.



Este mundo encantado foi chamado por ele de "Império". 

Ali viviam muitos índios em aldeias enormes, com ocas bastante altas e multiformes. 

Algumas eram construídas de material luminoso, onde pareciam brilhar pedras coloridas como a turmalina e a esmeralda.

Os índios também eram diferentes dos daqui. 

Alguns eram verdes como folhas, outros eram dourados como ouro ou vermelhos como fogo. 

Tinham o corpo bem grande e falavam uma língua melodiosa, que nem canto de uirapuru. 

Quando despertou da visão e voltou para casa, Mestre João estava bastante assustado. Ficou amuado e doente por várias semanas. 

Sua cabeça doía, não tinha fome, sede e nem sono. 

Tremia sem parar, caia no chão desacordado ou corria para o mato e se enroscava nas plantas.

Sua mãe levou-o para um caboclo velho e pediu ajuda. 
O curandeiro benzeu João com pena e maracá, mas de nada adiantou. 

Certa noite, quando se comemorava a véspera dos Santos Reis (festa dos Reis Magos em 06 de Janeiro), Mestre João entrou em violento transe dentro de casa. 

Girando sem parar, começou a entoar um canto esquisito, pediu tabaco, cachimbo e bastante água. Disse que estava curado e tinha uma missão espiritual pela frente.

O rapaz que virou profeta saiu de casa e iniciou sua eterna peregrinação. 
Visitou pajés nas aldeias, foi atrás de benzedores, raizeiros e juremeiros no sertão. 

Entrou por florestas adentro, vagou por lugares desertos e praias desconhecidas. 
Foi dado como louco, beato e errante vagabundo. Anos depois, em data imprecisa, sumiu sem deixar rastro. 

Apareceu de repente, já homem feito, no interior da Bahia, exercendo modestos serviços manuais nas cidadezinhas que passava.

Chamava gente aos montes fazendo sua benzeção fantástica, encantando na língua dos habitantes do Além.

Quando esteve com alguns catimbozeiros, onde conheceu gente de muita sabedoria, bebeu fartas canecas de jurema-de-feiticeiro e nada aconteceu. 

Nada, nada, nem um transe sequer. 
A bebida fermentada parecia água para ele.


Isto chamou a atenção de alguns adeptos, que se acercaram dele e pediram para conhecer o seu segredo.

Mestre João, o "Pajé João" como foi chamado, foi mostrando aos poucos os mistérios do "Império".

Quando ele oficiava seu culto não usava jurema ou outra bebida de poder.

Apenas acendia seu cachimbo e uma vela de cera de abelha, fechava os olhos e tirava um canto lá do fundo da alma.

As pessoas ficavam enfeitiçadas, cambaleavam e tremiam, recebendo em seus corpos os estranhos habitantes das aldeias invisíveis.

O Mestre João não incorporava nenhuma alma ou divindade.

Ele se iluminava e encarnava o "Império" na terra.

Por ele fluíam o poder e o saber mais antigo do mundo.

João da Luz era a porta e a chave dos mais finos arcanos.

A tradição conta que muitas coisas faladas nas reuniões, que foram batizadas com o nome de "candeias", eram coisas proibidas para os homens comuns, gente sem moral, religião ou fé.

Assim nasceu o voto de silêncio dos iniciados pelo Mestre, aqueles que tinham ouvido as cantigas e as palavras dos seres imortais.

A denominação "Linha de Jurá" nasceu quando os iniciados se ajoelha¬vam aos pés do Mestre, faziam um voto de silêncio e assim se tornavam juramentados ou filhos de "Jurá".
Com a morte do fundador, a religião foi praticada discretamente, quase desaparecendo do sertão, não fosse o zelo de alguns companheiros que exerciam o culto da Jurema ou Catimbó.

O passamento de Seu João foi como a sua vida: um mistério.

Certa noite, de linda Lua Cheia, embrenhou-se na mata e desapareceu do mundo dos homens sem deixar rastro, passando a habitar o mundo dos espíritos.

Foi para o "Império", de onde olha o desenrolar de sua herança, sempre inspirando e ensinando, mas jamais incorporando nos filhos da terra.

Pois virou estrela, dizem os mais velhos, não cabendo na alma de ninguém.

O Pajé João se encantou...


Os filhos de Jurá ainda guardam a tradição, continuando a arte do Velho Mestre para a posteridade.

Muitos esperam a volta de João da Luz, que chegará no final dos tempos, liderando as tropas do "Império" na luta contra as trevas do mundo.

Viva o Jurá!

Viva o Mestre João!




quinta-feira, 23 de agosto de 2012


Historicamente ; o sincretismo já existia em outras religiões, como por exemplo, a católica, que incorporou em seu surgimento deuses romanos como santos, rituais pagãos como sacramento, hierarquias não religiosas; etc...

Na áfrica, onde onde os negros cultuavam suas centenas de orixás, havia sincretismo; pois cada orixá era ligado a algo material e tangível.

Quando escravizados eram vendidos separadamente; para diminuir os riscos de uma rebelião . isso enfraquecia os negros diminuindo as chances de se unirem ; devido as barreiras do dialeto e pelo fato de as tribos geralmente serem rivais.

Apesar destas dificuldades; os valores religiosos dos negros eram muito intensos; e junto chegavam sacerdotes; feiticeiros, e curandeiros que com sabedoria foram dizimando as disputas de outrora. Souberam ao longo dos tempos unir de maneira adequada os negros de várias etnias e línguas naquilo que tinham em comum: a crença nos ORIXÁS, INKICES OU VODUNS. Sem dúvidas este foi o primeiro sincretismo religioso do negro no Brasil; pois assimilaram e aprenderam a cultuar os ORIXÁS comuns; e eliminaram as outras dezenas de ORIXÁS afins.

A IGREJA CATÓLICA, com intenção de fazer desaparecer as tradições religiosas africanas; exigiu que os africanos fossem evangelizados; aprendendo rezas latinas; e o batismo, assistissem as missas e recebessem os outros sacramentos da igreja.. da necessidade do negro de não perder a sua matriz se fez o sincretismo do orixá com o santo católico. Ai percebeu-se a profunda religiosidade dos africanos e a força da crença nos ORIXÁS. Além de tudo os senhores e a própria IGREJA. Percebeu o maior rendimento do trabalho escravo quando podiam fazer o seu culto, e obrigou-se que as festas dos “santos negros” caíssem nas mesmas datas dos SANTOS CATÓLICOS.

.....o sincretismo neste caso acontece como única maneira dos negros não perderem a sua identidade; a sua matriz religiosa. E eu acredito que se DEUS não permitiu que se perde-se o culto aos sagrados ORIXÁS; apesar das inúmeras forças contrarias que existem até hoje. “NÃO É A TOA”
....É UMA MATRIZ RELIGIOSA ANCESTRAL E ANTIGA QUE CONSEGUIU SE MANTER E EVOLUIR , E GERAR NOVAS MATRIZES .
....sobrevivente da evangelização e do preconceito; 

com PODER.
ORIXÁS REPRESENTAM QUALIDADES DIVINAS. 

FONTE : www.fietreca.org.br

quarta-feira, 22 de agosto de 2012



Mensagem para meditação e reflexão.
de ANJO DA LUZ.

Elevamos os nossos pensamentos ao Senhor da Vida com humildade e respeito, sintonize o coração nas moradas do Pai celestial. Abra a consciência e sinta a energia superior, solte-se nas ondas do amor e leve a atenção no meio e no alto da cabeça, fortalecendo assim os nossos chacras.

Visualize num lago pequeno, um ponto de água bem cristalina e mantenha sua atenção. Em seguida, visualize uma estrela brilhante de cinco pontas emergindo-se da água e a estrela pairando sobre sua cabeça.

Visualize seu reflexo na água, fique assim por alguns segundos apenas relaxando a mente nessa imagem plácida. Na seqüência, imagine um botão de rosa branca emergindo das águas suavemente, as pétalas da flor vão se abrindo sob a luz da estrela acima. Parece que a flor respira o brilho estelar...E desabrocha contente no brilho.

Agora imagine que você é a flor que se abre, e que a estrela é seu amparador. Pense na ajuda invisível que você recebe e agradeça!

Imagine o quanto você é amado pelo amigo espiritual e fique contente.Você não está sozinho em meio às provas da carne, há uma estrela logo acima.

Às vezes você duvida disso, mas a estrela continua ali, e no silencio lhe beija! Ah! Quantas vezes você blasfemou e se queixou...E no silêncio alguém lhe abraçou!

Quantas vezes você chorou, e no silêncio alguém orava por você! E agora está aí você, uma flor desabrochando e no silêncio acima, a estrela. E no centro da imensidão da vida, o Pai celestial ri, porque entre as estrelas ele sabe que você é a rosa. O amparador extrafísico, a estrela, estão aprendendo.

A interação dos dois mesmo em planos diferentes equilibra ambos. E a vida sai ganhando, pois com vocês juntos há mais brilho no ar, você, o amparador e a estrela são irmãos.

Portanto desabroche feliz e agradeça a estrela pela presença sutil e amparadora. No lótus dá mil pétalas, você se abre à luz e no silêncio acima a estrela. E muito acima por entre as estrelas no silêncio sideral o sorriso do Pai celestial amparando hoje e sempre, o senhor esteja atrás de ti para lhe proteger, ao teu lado para lhe acompanhar, dentro de ti para lhe consolar, a tua frente para lhe guiar e acima de ti para lhe abençoar.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém.


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Profano, Místico, Cósmico




Quando rememoro os estágios da minha evolução,
Quedo-me, horrorizado, em face dos abismos
Em torno dos quais peregrinei ...
Quando eu era profano,
Totalmente profano,
Ou não te via de modo algum,
Ou te via como múltiplo,
Porque só enxergava o teu mundo.
E como podia deixar de ser ateísta, ou politeísta,
Que não te via ou só te via em teus efeitos?
Quando me tornei místico,
Comecei a perceber-te como o Uno e único,
Longe do pluralismo dos teus mundos,
Que me pareciam teu inimigo e negador.
Também, que semelhança haveria entre a unidade e a pluralidade?...
Mas ... a minha profanidade de anteontem
E a minha mística de ontem
Culminaram na visão cósmica de hoje.
E nessa epifania incolor e onicolor
Da minha experiência cósmica
Eu te contemplo como Brahman e Maya,
Como Nirvana e Sansara,
Como Causa e Efeito,
Como o Transcendente e o Imanente,
Como o Deus do mundo e o Mundo de Deus ...
Mas, o que hoje sei de ti,
Ao fulgor da Luz Universal,
Nunca o poderei dizer a ninguém.
Verbalmente ou mentalmente...
O que de ti sei,
Em silenciosa experiência,
Nunca o poderei dizer à minha mente,
Nem a meus ouvidos,
Nem à mente e aos ouvidos de outros...
Só o sei no silencioso anonimato
Da minha sagrada experiência...
Pequeno e profano é tudo que é dizível
E pensável - Grande e sagrado é somente o que é indizível
E impensável...
Os "ditos indizíveis" vividos
No "terceiro céu" da experiência divina...
Tu, meu Deus, és a Luz Impolar
Em todas as luzes pluripolares,
Tu és o fecundo Silêncio
Em todos os ruídos estéreis,
Nos sons articulados dos homens
E nos sons inarticulados da natureza...
Quando, por momentos, o meu humano conhecer
Atinge o teu divino Ser,
Roçando com levíssimas asas de andorinha
As fímbrias do Infinito -
Então eu vislumbro o que tu és, ó anônima e silente Divindade!
Mas este meu saber jaz amortalhado
Em impenetrável mistério
Para meu ego consciente e vígil.
Porque esse saber da alma é o não-saber do Intelecto
E dos sentidos ...
Somente o meu silente Eu sabe o que tu és.
O meu ruidoso ego te ignora ...
Na imensa catedral do meu saber anônimo
Eu celebro a minha liturgia cósmica,
Adorando...
Amando...
Saboreando...
A vida Universal...

Huberto Rohden



sexta-feira, 29 de junho de 2012

A TRISTEZA DOS ORIXÁS


Por Fernando Sepe
Foi, não há muito tempo atrás, que essa história aconteceu. Contada aqui de uma forma romanceada, mas que trás em sua essência, uma verdadeira mensagem para os umbandistas…
Ela começa em uma noite escura e assustadora, daquelas de arrepiar os pelos do corpo. Realmente o Sol tinha escondido – se nesse dia, e a Lua, tímida, teimava em não iluminar com seus encantadores raios, brilhosos como fios de prata, a morada dos Orixás.
Nessa estranha noite, Ogum, o Orixá das “guerras”, saiu do alto ponto onde guarda todos os caminhos e dirigiu – se ao mar. Lá chegando, as sereias começaram a cantar e os seres aquáticos agitaram – se. Todos adoravam Ogum, ele era tão forte e corajoso.
Iemanjá que tem nele um filho querido, logo abriu um sorriso, aqueles de mãe “coruja” quando revê um filho que há tempos partiu de sua casa, mas nunca de sua eterna morada dentro do coração:
_ Ah Ogum, que saudade, já faz tanto tempo! Você podia vir visitar mais vezes sua mãe, não é mesmo? _ ralhou Iemanjá, com aquele tom típico de contrariedade.
_Desculpe, sabe, ando meio ocupado_ Respondeu um triste Ogum.
_Mas, o que aconteceu? Sinto que estás triste.
_É, vim até aqui para “desabafar” com você “mãeinha”. Estou cansado! Estou cansado de muitas coisas que os encarnados fazem em meu nome. Estou cansado com o que eles fazem com a “ espada da Lei” que julgam carregar. Estou cansado de tanta demanda. Estou muito mais cansado das “supostas” demandas, que apenas existem dentro do íntimo de cada um deles…Estou cansado…
Ogum retirou seu elmo, e por de trás de seu bonito capacete, um rosto belo e de traços fortes pôde ser visto. Ele chorava. Chorava uma dor que carregava há tempos. Chorava por ser tão mal compreendido pelos filhos de Umbanda.
Chorava por ninguém entender, que se ele era daquele jeito, protetor e austero, era porque em seu peito a chama da compaixão brilhava. E, se existe um Orixá leal, fiel e companheiro, esse Orixá é Ogum.
 Ele daria a própria Vida, por cada pessoa da humanidade, não apenas pelos filhos de fé. Não! Ogum amava a humanidade, amava a Vida.
Mas infelizmente suas atribuições não eram realmente entendidas. As pessoas não viam em sua espada, a força que corta as trevas do ego, e logo a transformavam em um instrumento de guerra. Não vinham nele a potência e a força de vencer os abismos profundos, que criam verdadeiros vales de trevas na alma de todos. Não vinham em sua lança, a direção que aponta para o autoconhecimento, para iluminação interna e eterna.
Não! Infelizmente ele era entendido como o “Orixá da Guerra”, um homem impiedoso que utiliza – se de sua espada para resolver qualquer situação. E logo, inspirados por isso, lá iam os filhos de fé esquecer dos trabalhos de assistência a espíritos sofredores, a almas perdidas entre mundos, aos trabalhos de cura, esqueciam do amor e da compaixão, sentimentos básicos em qualquer trabalho espiritual, para apenas realizaram “quebras e cortes” de demandas, muitas das quais nem mesmo existem, ou quando existem, muitas vezes são apenas reflexos do próprio estado de espírito de cada um. E mais, normalmente, tudo isso torna – se uma guerra de vaidade, um show “pirotécnico” de forças ocultas. Muita “espada”, muito “tridente”, muitas “armas”, pouco coração, pensamento elevado e crescimento espiritual.
Isso magoava Ogum. Como magoava:
_ Ah, filhos de Umbanda, por que vocês esquecem que Umbanda é pura e simplesmente amor e caridade? A minha espada sempre protege o justo, o correto, aquele que trabalha pela luz, fiando seu coração em Olorum. Por que esquecem que a Espada da Lei só pode ser manuseada pela mão direita do amor, insistindo em empunhá – la com a mão esquerda da soberbia, do poder transitório, da ira, da ilusão, transformando – na em apenas mais uma espada semeadora de tormentos e destruição…
Então, Ogum começou a retirar sua armadura, que representava a proteção e firmeza no caminho espiritual que esse Orixá traz para nossa vida. E totalmente nu ficou frente à Iemanjá. Cravou sua espada no solo. Não queria mais lutar, não daquele jeito. Estava cansado…
Logo um estrondo foi ouvido e o querido, mas também temido Tatá Omulu apareceu. E por incrível que pareça o mesmo aconteceu. Ele não agüentava mais ser visto como uma divindade da peste e da magia negativa. Não entendia, como ele, o guardião da Vida podia ser invocado para atentar contra Ela. Magoava – se por sua alfange da morte, que é o princípio que a tudo destrói, para que então a mudança e a renovação aconteçam, ser tão temida e mal compreendida pelos homens.
Ele também deixou sua alfange aos pés de Iemanjá, e retirou seu manto escuro como a noite. Logo via – se o mais lindo dos Orixás, aquele que usa uma cobertura para não cegar os seus filhos com a imensa luz de amor e paz que irradia – se de todo seu ser. A luz que cura, a luz que pacifica, aquela que recolhe todas as almas que perderam – se na senda do Criador. Infelizmente os filhos de fé esquecem disso…
Mas o mais incrível estava por acontecer. Uma tempestade começou a desabar aumentando ainda mais o aspecto incrível e tenebroso daquela estranha noite. E todos os outros Orixás começaram a aparecer, para logo, começarem também a despir suas vestimentas sagradas, além de deixarem ao pé de Iemanjá suas armas e ferramentas simbólicas.
Faziam isso em respeito a Ogum e Omulu, dois Orixás muito mal compreendidos pelos umbandistas. Faziam isso por si próprios. Iansã queria que as pessoas entendessem que seus ventos sagrados são o sopro de Olorum, que espalha as sementes de luz do seu amor. Oxossi queria ser reverenciado como aquele que, com flechas douradas de conhecimento, rasga as trevas da ignorância. Egunitá apagou seu fogo encantador, afinal, ninguém lembrava da chama que intensifica a fé e a espiritualidade. Apenas daquele que devora e destrói. Os vícios dos outros, é claro.
Um a um, todos foram despindo – se e pensando quanto os filhos de Umbanda compreendiam erroneamente os Orixás.
Iemanjá, totalmente surpresa e sem reação, não sabia o que fazer. Foi quando uma irônica gargalhada cortou o ambiente. Era Exu. O controvertido Orixá das encruzilhadas, o mensageiro, o guardião, também chegava para a reunião, acompanhado de Pombagira, sua companheira eterna de jornada.
Mas os dois estavam muito diferentes de como normalmente apresentam – se. Andavam curvados, como que segurando um grande peso nas costas. Tinham na face, a expressão do cansaço. Mas, mesmo assim, gargalhavam muito. Eles nunca perdiam o senso de humor!
E os dois também repetiram aquilo que todos os Orixás foram fazer na casa de Iemanjá. Despiram – se de tudo. Exu e Pombagira, sem dúvida, eram os que mais razões tinham de ali estarem. Enúmeros eram os absurdos cometidos por encarnados em nome deles. Sem contar o preconceito, que o próprio umbandista ajudou a criar, dentro da sociedade, associando – o a figura do Diabo:
_Hahaha, lamentável essa situação, hahaha, lamentável! _ Exu chorava, mas Exu continuava a sorrir. Essa era a natureza desse querido Orixá.
Iemanjá estava desesperada! Estavam todos lá, pedindo a ela um conforto. Mas nem mesmo a encantadora Rainha do Mar sabia o que fazer:
Espere!_ pensou Iemanjá!_ Oxalá, Oxalá não está aqui! Ele com certeza saberá como resolver essa situação.
E logo Iemanjá colocou – se em oração, pedindo a presença daquele que é o Rei entre os Orixás. Oxalá apresentou – se na frente de todos. Trazia seu opaxorô, o cajado que sustenta o mundo. Cravou ele na Terra, ao lado da espada de Ogum. Também despiu – se de sua roupa sagrada, pra igualar – se a todos, e sua voz ecoou pelos quatro cantos do Orun:
_ Olorum manda uma mensagem a todos vocês meus irmãos queridos! Ele diz para que não desanimem, pois, se poucos realmente os compreendem, aqueles que assim o fazem, não medem esforços para disseminar essas verdades divinas. Fechem os olhos e vejam, que mesmo com muita tolice e bobagem relacionada e feita em nossos nomes, muita luz e amor também está sendo semeado, regado e colhido, por mãos de sérios e puros trabalhadores nesse às vezes triste, mas abençoado planeta Terra. Esses verdadeiros filhos de fé que lutam por uma Umbanda séria, sem os absurdos que por aí acontecem. Esses que muito além de “apenas” prestarem o socorro espiritual, plantam as sementes do amor dentro do coração de milhares de pessoas. Esses que passam por cima das dificuldades materiais, e das pressões espirituais, realizando um trabalho magnífico, atendendo milhares na matéria, mas também, milhões no astral, construindo verdadeiras “bases de luz” na crosta, onde a espiritualidade e religiosidade verdadeira irão manifestar-se. Esses que realmente nos compreendem e buscam – nos dentro do coração espiritual, pois é lá que o verdadeiro Orun reside e existe. Esses incríveis filhos de umbanda, que não colocam as responsabilidades da vida deles em nossas costas, mas sim, entendem que tudo depende exclusivamente deles mesmos. Esses fantásticos trabalhadores anônimos, soltos pelo Brasil, que honram e enchem a Umbanda de alegria, fazendo a filhinha mais nova de Olorum brilhar e sorrir…
Quando Oxalá calou – se os Orixás estavam mudados. Todos eles tinham suas esperanças recuperadas, realmente viram que se poucos os compreendiam, grande era o trabalho que estava sendo realizado, e talvez, daqui algum tempo, muitos outros juntariam – se nesse ideal. E aquilo alegrou – os tanto que todos começaram a assumir suas verdadeiras formas, que são de luzes fulgurantes e indescritíveis. E lá, do plano celeste, brilharam e derramaram – se em amor e compaixão pela humanidade.
Em Aruanda, os caboclos, pretos – velhos e crianças, o mesmo fizeram. Largaram tudo, também despiram – se e manifestaram sua essência de luz, sua humildade e sabedoria comungando a benção dos Orixás.
Na Terra, baianos, marinheiros, boiadeiros, ciganos e todos os povos de Umbanda, sorriam. Aquelas luzes que vinham lá do alto os saudavam e abençoavam seus abnegados e difíceis trabalhos. Uma alegria e bem – aventurança incríveis invadiram seus corações. Largaram as armas. Apenas sorriam e abraçavam – se. O alto os abençoava…
Mas, uma ação dos Orixás nunca fica limitada, pois é divina, alcançando assim, a tudo e a todos.
 E lá no baixo astral, aqueles guardiões e guardiãs da lei nas trevas também foram alcançados pelas luzes Deles, os Senhores do Alto. Largaram as armas, as capas, e lavaram suas sofridas almas com aquele banho de luz. Lavaram seus corações, magoados por tanta tolice dita e cometida em nome deles. Exus e Pombagiras, naquele dia foram tocados pelo amor dos Orixás, e com certeza, aquilo daria força para mais muitos milênios de lutas insaciáveis pela Luz.
Miríades de espíritos foram retirados do baixo – astral, e pela vibração dos Orixás puderam ser encaminhados novamente à senda que leva ao Criador. E na matéria toda a humanidade foi abençoada. Aos tolos que pensam que Orixás pertencem a uma única religião ou a um povo e tradição, um alerta. Os Orixás amam a humanidade inteira, e por todos olham carinhosamente.
Aquela noite que tinha tudo para ser uma das mais terríveis de todos os tempos, tornou – se benção na vida de todos. Do alto ao embaixo, da esquerda até a direita, as egrégoras de paz e luz deram as mãos e comungaram daquele presente celeste, vindo diretamente do Orun, a morada celestial dos Orixás.
Vocês, filhos de Umbanda, pensem bem! Não transformem a Umbanda em um campo de guerra, onde os Orixás são vistos como “armas” para vocês acertarem suas contas terrenas. Muito menos esqueçam do amor e compaixão, chaves de acesso ao mistério de qualquer um deles. Umbanda é simples, é puro sentimento, alegria e razão. Lembrem – se disso.
E quanto a todos aqueles, que lutam por uma Umbanda séria, esclarecida e verdadeira, independente da linha seguida, lembrem – se das palavras de Oxalá ditas linhas acima.
Não desanimem com aqueles que vos criticam, não fraquejem por aqueles que não tem olhos para ver o brilho da verdadeira espiritualidade.
Lembrem – se que vocês também inspiram e enchem os Orixás de alegria e esperança. A todos, que lutam pela Umbanda nessa Terra de Orixás, esse texto é dedicado. Honrem – los. Sejam luz, assim como Eles!
Exe ê o babá (Salve o Pai Oxalá)
Fernando Sepe

“A Tristeza dos Orixás” é de autoria de Fernando Sepe escrito para o Jornal de Umbanda Sagrada.
Foi publicado em duas ocasiões: Em sua íntegra, na edição nº 68 de Dezembro de 2005 (quando foi escrito), e editado, na edição nº 94 de Março de 2008.

CONVERSA COM O CABOCLO.

uma conversa no intimo com o caboclo de Oxossi , " FOLHA VERDE".


.
Caboclo eu te peço, por favor, não deixe os problemas alheios na minha mente ao final da gira.
*somente o que for necessário a sua evolução filho.

Caboclo me lembro que estávamos ao final dos trabalhos e um irmão muito querido estava ao nosso lado e já havia se despedido de seu guia e vi que vós caboclo, pediu um elemento material para sua magia , não Me lembro se foi pemba , charuto ou vela.
*foi uma vela filho.

E este irmão acocorou-se em sua vaidade e disse que deverias pedir a algum cambono.
Caboclo fiquei tão entristecido , decepcionado , meu irmão sentiu-se tão superior aos demais trabalhadores , se esqueceu que a pouco tempo éramos cambonos  , e comentávamos sobre a  necessária humildade do médium.
* sim filho ele se esqueceu ou na aprendeu que todos são médiuns e todos são cambonos .
Que todos são trabalhadores , estão para servir a espiritualidade , más filho não há melhor lugar para se aprender a lição que na escola. Não é mesmo?

Sim caboclo , me lembro muito bem que nossa querida mãe espiritual se aproximou , com aquela sua meiguice, e com seu gesto habitual , as mãos unidas como que em oração , ela se chegou e disse a vós – salve suas forças Caboclo , agradeço a sua presença em nossa casa tem algo que queira e eu possa te ajudar ?  tu agradeceste e dissestes que não.
*Sim filho.

Caboclo a nossa querida mãe espiritual demonstrou tudo aquilo que faltou ao meu irmão: humildade e devoção , eu estava inteiro ali contigo e quase chorei ,
 este gesto dela resumiu muitos tratados e teses literárias sobre a UMBANDA que eu já tenha lido
Caboclo isto foi muito significativo  Más eu repuxei os olhos e observei meu irmão e ele esta distraído , conversando alguma bobagem e rindo.
A lição ali expressa não valeu de nada paizinho, ele não percebeu nem assimilou o que se passou neste instante mágico que marcou tanto a este teu filho.
O lindo gesto de nossa mãe lhe passou em branco , caboclo foi em vão! Não tocou a quem deveria.
*FILHO preste atenção , o terreiro é um templo apenas para os sinceros.
 Trabalho duro é uma benção para os humildes.
A evolução espiritual acontece no silêncio de Tua introspecção.
Na simbiose perfeita do seu corpo mediúnico com o astral.
A lição foi aprendida.
A lição filho,!

 ela foi para vc !
  Filho meu !.

Não olhe mais para os lados filho, com os olhos do julgamento, apenas sinta o bater dos corações .

 Olhe para dentro e para frente, e me verás,
 respire fundo e sinta a minha presença em ti todos os momentos, te amparando te protegendo e andando contigo neste longo e largo caminho sem fim , o da  evolução espiritual,
 vou repetir para que não se esqueças mais filho meu ,

 "a evolução espiritual acontece no silêncio de tua introspecção"...


 Sim caboclo agora entendi, !obrigado caboclo.
salve .

Devemos sim olhar a estes irmãos como os nossos guias olham a todos os espíritos encarnados ou desencarnados que baixam em nossos terreiros, Com compaixão.
Claro que nós encarnados não somos santos.

Más naquele momento único do trabalho espiritual nós temos um contato direto com seres divinos, então temos uma responsabilidade maior, por que  nos é dado este mérito. Pelos exemplos.
É como me disse meu mestre amigo (Alê Cumino), não somos divinos, más naquele momento único da incorporação nós nos “divinificamos”.
De que nos vale toda a razão se ela não vier recheada pela compaixão; se não trouxer harmonia e paz aos corações.

Para conseguirmos uma sintonia fina com "canais" superiores precisamos de : humildade, simplicidade, e pureza de pensamentos, sentimentos e ações.
Não somos melhores que os outros, más estamos no caminho 

evolutivo e nos sentimos privilegiados, devemos sim agradecer a 

corrente espiritual que nos atende pelas oportunidades, que  ajuda-

nos ao desapego material, e ao vislumbre do espiritual.


. A UMBANDA  ENSINA O RESPEITO AS DIFERENÇAS . por tanto pratiquemos.

ENSINA QUE A OBSERVAÇÃO É NECESSÁRIA PARA FORMARMOS NOSSOS CONCEITOS, MÁS O JULGAMENTO NÃO.
POIS  EXISTE A LEI E A JUSTIÇA DIVINA, E SEUS APLICADORES.
E DESTA NINGUEM ESCAPA.
.
OKÊ CABOCLO.
SARAVÁ UMBANDA!

  • por ANTONIO BISPO