sexta-feira, 1 de março de 2013

DITADOS AFRO-POPULARES.


O Ilê Axé Opo Afonjá pode ser definido de acordo com esse último conceito de comunidade, onde os provérbios são bastante utilizados. Seguem alguns exemplos:
Você foi coroado rei, mas continua fazendo encantamentos para obter boa sorte. Você quer ser coroado Deus?
Quem está sufocado por dívidas não deve viver como um lorde.
Ninguém grita de dor quando cuida de suas próprias feridas.
A pessoa que trabalha duro, ganha a inimizade do desocupado.
Aquele que cai no buraco ensina aos que vêm atrás a terem cuidado.
Aquele que bate palmas para que o louco dance é tão louco quanto ele mesmo.
A boca que não se cala e os lábios que não deixam de se mexer só trazem problemas.
A boca não pode ser tão suja que seu dono não possa comer com ela.
O desconfiado sempre pensa que as pessoas estão falando mal dele.
Quem não sabe construir uma casa, monta uma barraca.
Somente um barril vazio é que faz barulho, um saco cheio de dinheiro permanece silencioso.
O que eu quero comer você não quer comer, devemos comer separados.
As características dos ditados populares fazem deles excelentes instrumentos de trabalho educacional. São características como: Brevidade – frases curtas que facilitam o registro e memorização da verdade embutida neles; Agudeza – fazem uma crítica da vida, usando uma dose de ironia, que facilita a reflexão sobre o tema criticado; Fontes de Prazer – os provérbios produzem prazer, não só pela agudeza, mas também por possibilitar o registro e fixação de uma sábia mensagem, tendo a energia mental economizada.
Maria Stella de Azevedo Santos é Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá
Publicado originalmente em: http://www.atarde.com.br/mundoafro/?p=4439