segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

viver e viver.

um esplendido texto . para a nossa reflexão.




Nascer não foi fácil.
Para chegar até aqui tivemos que passar por uma série de entrevistas antes de ter aceito o nosso projeto de reencarnação.
Alguns sofreram percalços já nesta primeira fase, com a possibilidade da quebra do contrato feito com os pais e as dificuldades daí decorrentes, conseguindo a muito custo sobreviver aos noves meses que separavam a vida do espírito da vida na matéria.
Mas, de uma forma ou de outra, todos nós nascemos e estamos aqui.




Uns vieram a este mundo quase que a passeio, numa existência de descanso entre outras mais penosas.
Outros vieram com grandes dívidas a saldar, assumindo compromissos que por vezes pesam nos ombros e vergam as costas.
Outros ainda , alguns poucos, vieram com missões. Objetivos. Caminhos a serem percorridos e obras a serem edificadas.



Assim é que enquanto a maioria de nós sofre com seus próprios problemas, alguns decidem voluntariamente sofrer com os problemas dos outros. Carregam luzes que iluminam a nossa caminhada. Trazem remédios que nos confortam e nos consolam em nosso mundo reduzido de problemas individuais.
Alguns são jovens e cheios de energia, outros nem tanto, mas ainda assim, ao invés de “ir viver” suas vidas, todos passam grande parte de seu tempo se dedicando a ajudar, a ensinar, a acolher os irmãos de caminhada, nos deixando antever que a alma não tem idade.
A grande maioria não quer ser chamada de mestre, mas atua como multiplicador do conhecimento que traz em seu coração.
São pessoas como nós, que deixam parte de suas vidas de lado para estarem ao nosso lado vivendo a parte mais difícil da nossa. Fazem o papel de médico, enfermeiro, conselheiro, psicólogo, recreacionista, professor, curador, Sacerdote.
Sacerdote é uma palavra que vem do latim, onde sacerdos quer dizer sagrado e otis significa representante, sendo portanto o Sacerdote um "representante do sagrado” que há em todos nós e se manifesta por meio desta escolha de alguns de atuar na carne santificando a nossa existência, reverenciando o sagrado que há em todos nós.
A estes homens e mulheres que atuam como Ponte do Sagrado, abrindo o nosso coração para a compreensão do divino e nos ajudando a receber as bênçãos que Deus disponibiliza para todos nós, o meu muito obrigado.
Obrigado a Deus por ter colocado estrelas no céu e estrelas na terra que brilham, cada uma à sua maneira, cada uma com a sua cor, cada uma com o seu amor.
Possamos um dia caminhar todos nós na compreensão de que todos nascemos pra brilhar.
Até esse dia chegar, todo axé aos nossos guias encarnados!
Meu saravá a todos os Pais e Mães de Santo!
Inclusive àqueles que tem dificuldades de aceitar o peso deste nome, mas que jamais fugiram ao peso da responsabilidade que o nome carrega!


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domingo, 29 de janeiro de 2012

a raiz indígena na religião brasileira

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Devido a grande MAGIA e pela RICA MITOLOGIA dos ORIXÁS , vemos a cultura indígena da religião de UMBANDA ser delegada a segundo plano, nos esquecendo que recebemos em nossos terreiros , caboclos , caciques , pajés.
e geralmente este espirito é o chefe espiritual da casa.
Acredito que a raiz da UMBANDA esteja na espiritualidade, que se utilizou da miscigenação das raças e pluralidade cultural e teológica de nossa terra para criar uma religião ÚNICA.
 baseada nos princípios da caridade e do amor "universal" ,
 do altruísmo e alto conhecimento "espirita" ,
 da hierarquia divina irradiada pela lei e justiça " ORIXÁS" ,
 pela grande magia do encontro com DEUS na natureza para a cura dos males do corpo e do espirito "INDÍGENA".


ESTAS 3 RAÍZES SUSTENTAM OS TRABALHOS ESPIRITUAIS PRÁTICOS DENTRO DA UMBANDA.
Os índios, anteriormente a colonia , já tinham seus ritos religiosos e magísticos , danças tipicas , danças totêmicas, cultuavam e reverenciavam as forças da natureza como manifestações da DIVINDADE , , tendo cada uma um DEUS respectivo , que ,inclusive podemos associar aos ORIXÁS.
PERCEBEMOS AQUI SEMELHANÇAS ENTRE OS CULTOS AFRICANISTAS E INDÍGENAS.
Raças diferentes separadas por um oceano, continentes diferentes , aproximados pelo martírio da escravidão.
. Creio que tudo isto mostra a ESSÊNCIA DIVINA que se manifesta em todas as culturas em todas as partes de acordo com a estrutura social de cada povo respeitando sua herança religiosa e sua forma de entendimento.


é dever nosso conhecer, observar e estudar , REFLETIR E ENTENDER.
nossa herança ancestral, para assim prestarmos a devida reverencia e honrarmos nossa ancestralidade.


A TEOGONIA INDÍGENA E SUA RELAÇÃO COM A UMBANDA.


TUPÃ , DEUS SOL , OLORUM


YURUPARI-JANDE, DEUS LUMINOSO  , OXALÁ.


CARAMURU , DEUS DO TROVÃO  , XANGÔ.


AIMORÉ , DEUS DA CAÇA, OXOSSI.


MATITA -PERERA  , OBÁ.


URUBATÃ, DEUS DA GUERRA , OGUM.


YABÁ BELO OU NHANDECY , DEUSA DO MAR , YEMANJÁ.


UIRAPURÚ OU YARA , DEUSA DA BELEZA E DAS ÁGUAS DOCES , OXUM.


MITÃ , GENIO DAS CRIANÇAS , IBEJI.


AMANANCY , MISTÉRIO ANCIÃO , NANÃ BURUQUÊ E OBALUAYÊ


PAYESSÚ , SENHOR DOS MORTOS , OMULÚ.


MARA, SENHORA DAS SOMBRAS , POMBA -GIRA.


ANHANGÁ , SENHOR DAS SOMBRAS. EXÚ.


UMA LENDA:

Mundo Novo - O paraíso terrestre

A nação indígena dos Caiapós habitava uma região onde não havia o sol nem a lua, tampouco rios ou florestas,ou mesmo o azul do céu. 

Alimentavam-se apenas de alguns animais e mandioca, pois não conheciam peixes, pássaros ou frutas. 

Certo dia, estando um índio a perseguir um tatu canastra, acabou por distanciar-se de sua aldeia.

 Inacreditavelmente, à medida que este se afastava, sua caça crescia cada vez mais. 
Já próximo de alcançá-la, o tatu rapidamente cavou a terra, desaparecendo dentro dela.

 Sendo uma imensa cova, o indígena decidiu seguir o animal, ficando surpreso ao perceber que, ao final da escuridão, brilhava uma faixa de luz.
 Chegando até ela, maravilhado, viu que lá existia um outro mundo, com um céu muito azul e o sol a iluminar e a aquecer as criaturas; na água muitos peixes coloridos e tartarugas.

Nos lindos campos floridos destacavam-se as frágeis borboletas; florestas exuberantes abrigavam belíssimos animais e insetos exóticos, contendo ainda diversas árvores carregadas de frutos.
 Os pássaros embelezavam o espaço com suas lindas plumagens.

 Deslumbrado, o índio ficou a admirar aquele paraíso, até o cair da noite.
 Entristecido ao acompanhar o pôr do sol, pensou em retornar, mas já estava escuro...

Novamente surge à sua frente outro cenário maravilhoso:
 uma enorme lua nasce detrás das montanhas, clareando com sua luz de prata toda a natureza.

 Acima dela multidões de estrelas faziam o céu brilhar. Quanta beleza! E assim permaneceu, até que a lua se foi, surgindo novamente o sol. Muito emocionado, o índio voltou à tribo e relatou as maravilhas que viera a conhecer. 

O grande pajé Caiapó, diante do entusiasmo de seu povo, consentiu que todos seguissem um outro tatu, descendo um a um pela sua cova através de uma imensa corda, até o paraíso terrestre.

 Lá seria o magnífico Mundo Novo, onde todos viveriam felizes.
ESTE É MUNDO EM QUE ELES VIVEM EM QUE NÓS VIVEMOS.


episódio heróico ou sentimental com elemento maravilhoso ou fantástico - contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Em princípio é um fato acontecido que impressiona o povo... o fato se transforma e, quase sempre, recebe características sobrenaturais, misturando fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da imaginação, conservando as quatro características do conto popular: ambiguidade, persistência, oralidade e anonimato. As lendas procuram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais, e/ou dar sentido pratico ao oculto mistério divino que se manifesta.
"Há cinco séculos enfrentamos a evangelização no Brasil. Dentro desses séculos, só vimos a dominação, a exploração e o extermínio do nosso povo e a perda da nossa identidade cultural indígena".


 Durante muito tempo falou-se em índio, como se fosse uma categoria única, biológica, sem levar em conta a realidade cultural. Esse conceito foi uma criação colonial, baseada num erro histórico, já que navegantes espanhóis, ao chegar nas Antilhas, acreditavam ter chegado nas Índias.
Na realidade o que existe é uma variedade enorme de povos com história e culturas diferentes, vivendo nesse continente há mais de 20 mil anos.
            Ao longo da história do Brasil, os indígenas, isto é, os nativos, sempre foram definidos pela negação: não têm escrita, não têm religião  -- "pois não têm templos nem ídolos" , como dizia um jesuíta na época colonial --, não têm lei, não têm governo e não têm história.
erros sobre erros fomos caminhando até a redenção da grande cura da pajelança,  MANIFESTA, na religião urbana de UMBANDA

O que antes era visto como ausência ou limitação, vê-se que é simplesmente uma maneira diversa de ser. NEM piores e nem melhores . São simplesmente diferentes. 
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.Vós sois nossa causa perdida salvadora!
Vós sois a necessária e urgente Utopia!
A nova inevitável Esperança de todo um continente
Rogai por nossas vidas sem arco e sem estrelas!


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fontes pesquisadas:
texto de pai jurá (revista espiritual de umbanda nº10)
 Texto extraido da Revista Uniclar, São Paulo: Publicação da Faculdade Claretiano(Por Benedito Prezia)
Escola Vesper (Estudo Orientado)(mitos do índio brasileiro).