domingo, 20 de novembro de 2011

Umbanda, quem és tu?


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Umbanda, quem és tu? 

Sou a fuga para alguns, a coragem para outros.
Sou o tambor que ecoa nos terreiros, trazendo o som das selvas e das senzalas.
Sou o cântico que chama ao convívio seres de outros planos.
Sou a senzala do Preto Velho, a ocara do Bugre, a cerimônia do Pajé, a encruzilhada do Exu, o jardim da Ibejada, o nirvana do Hindu e o céu dos Orixás.

Quem és tu umbanda? 

Sou o café amargo e o cachimbo do Preto Velho, o charuto do Caboclo e do Exu; o cigarro da Pomba-Gira e o doce do Ibeji.
Sou gargalhada da Padilha, o requebro da Cigana, a seriedade do Seu Tranca-Rua.
Sou o sorriso e a meiguice de Maria Conga, Cambinda, a traquinagem do Zequinha e a sabedoria do  Seu Sete Flechas.
Sou o fluído que se desprende das mãos do médium levando a saúde e a paz. 

Quem és tu umbanda?

Sou o isolamento dos orientais onde o mantra se mistura ao perfume suave do incenso. Sou o Templo dos sinceros e o teatro dos atores.
Sou livre. Não tenho Papas. Sou determinada e forte.

E de onde vem tuas forças umbanda?

Minhas forças? Elas estão no homem que sofre e que clama por piedade, por amor, por caridade.
Minhas forças estão nas entidades espirituais que me utilizam para seu crescimento.
Estão nos elementos da natureza; a água, a terra, o fogo e o ar; na pemba, na guia, na mandala do ponto riscado.
Estão finalmente na tua crença, na tua Fé, que é o elemento mais importante na minha alquimia.

Onde mesmo estão tuas forças umbanda? 

Minhas forças estão em ti, no teu interior, lá no fundo, na última partícula da tua mente, onde te ligas ao Criador.
Ah! Quem sou? Sou a humildade, mas cresço quando combatida.
Sou a prece, a magia, o ensinamento milenar, sou cultura.
Sou o mistério, o segredo, sou o amor e a esperança.
Sou a cura.

E de quem sou?

Sou de ti.
Sou de Deus.
Sou Umbanda.
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sábado, 12 de novembro de 2011

AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO.

Num cantinho de um terreiro sentado num banquinho pitando o seu cachimbo, um triste Preto Velho chorava.
De seus “olhos” molhados, esquisitas lagrimas desciam-lhes pelas faces e não sei porque contei-as. Foram sete. 

Na incontida vontade de saber, aproximei-me e o interroguei.

 Fala, meu Preto Velho, diz ao teu filho por que externa assim uma tão visível dor?

E ele, suavemente respondeu.

 Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma delas.





A primeira, eu dei à estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...




A segunda, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.




A terceira, distribui aos maus, aqueles que somente procuram as entidades de pouco esclarecimento sobre a doutrina verdadeira do Mestre Jesus, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar o seu semelhante.




A quarta, aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.




A quinta, á aqueles que chegam suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio na doutrina do Cristo Jesus, nos Teus Caboclos e nos Teus ORIXÁS, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.




A sexta, eu dei aos fúteis que vão de templo em templo, não acreditando em nada, buscando aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.




A sétima, filho, notas como foi grande e como deslizou pesada? 
Foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os PRETOS VELHOS.
Fiz doação dessa aos médiuns vaidosos E EGOÍSTAS que só aparecem no templo em dia de festa e faltam às doutrinas.
fazem do terreiro o seu palco , onde exibem-se, maculando o espaço sagrado.
não se atentam ao esforço feito pelos guias em nome de sua redenção e evolução.
Esquecem que EXISTEM TANTOS IRMÃOS PRECISANDO DE CARIDADE, TANTAS CRIANCINHAS PRECISANDO DE AMPARO MATERIAL E ESPIRITUAL.
não conhecem a caridade plena.
nem reconhecem o AMOR que erradia a sua volta.
, não bebem  da água sagrada do riacho UMBANDISTA , vão apenas para lavar seus pés sujos.



Assim, filho meu, foi para esses todos, que vistes cair, uma a uma...
estas pesadas lagrimas.



Do livro: Umbanda de Todos Nós
W.W.da Matta e Silva (Mestre Yapacany)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

LINDOS TEXTOS DE UMBANDA.




Dia 15 de Novembro é o dia da senhora da luz velada, UMBANDA É LINDA e inspira lindos textos.
vamos trazer alguns que tivemos acesso nestes anos.
TEXTOS para se ler em silêncio.
abraços a todos os irmãos.
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.- por Pai Ronaldo Linares -


Meu bondoso Preto-Velho!

Aqui estou de joelhos, agradecido constrito, aguardando sua benção.

Quantas vezes com a alma ferida, com o coração irado, com a mente entorpecida pela dor da injustiça eu clamava por vingança, e Tu, oculto lá no fundo do meu Eu, com bondade compassiva me sussurravas: ESPERANÇA.

Quantas vezes desejei romper com a humanidade, enfrentar o mal com maldade, olho por olho, dente por dente, e Tu, escondido em minha mente, me dizias simplesmente:

"Sei que fere o coração a maldade e a traição, mas, responder com ofensas, não lhe trará a solução. Pára, pensa, medita e ofereça-lhe o perdão. Eu também sofri bastante, eu também fui humilhado, eu também me revoltei e também fui injustiçado.

Das savanas africanas, moço, forte, livre, num instante transformado em escravo acorrentado, nenhuma oportunidade eu tive. Uma revolta crescente me envolvia intensamente, porque algo me dizia, que eu nunca mais veria minha Aruanda de então, não ouviria a passarada, o bramir dos elefantes, o rugido do leão, minha raça de gigantes que tanto orgulho tivera, jazia despedaçada, nua, fria, acorrentada num infecto porão.

Um ódio intenso o meu peito atormentava, por que OIÀ não mandava uma grande tempestade? Que Xangô com seus raios partisse aquela nave amaldiçoada, que matasse aquela gente, que tão cruel se mostrara, que até minha pobre mãezinha, tão frágil, já tão velhinha, por maldade acorrentara. E Iemanjá, onde estava que nossa desgraça não via, nossa dor não sentia, o seu peito não sangrava? Seus ouvidos não ouviam a súplica que eu lhe fazia? Se Iemanjá ordenasse, o mar se abriria, as ondas nos envolveriam; ao meu povo ela daria a desejada esperança, e aos que nos escravizavam, a necessária vingança.

Porém, nada aconteceu, minha mãezinha não resistiu e morreu; seu corpo ao mar foi lançado, o meu povo amedrontado, no mercado foi vendido, uns pra cá, outros pra lá e, como gado, com ferro em brasa marcado.

Onde é que estava Ogum? Que aquela gente não vencia, onde estavam as suas armas, as suas lanças de guerra? Porém, nada acontecia, e a toda parte que olhava, somente um coisa via... terra.

Terra que sempre exigia mais de nossos corpos suados, de nossos corpos cansados.

Era a senzala, era o tronco, o gato de sete rabos que nos arrancava o couro, era a lida, era a colheita, que para nós era estafa, para o senhor era ouro.

Quantas vezes, depois que o sol se escondia, lá no fundo da senzala, com os mais velhos aprendia, que o nosso destino no fim não seria sempre assim, quantas vezes me disseram que Zambi olhava por mim...

Bem me lembro uma manhã, que o rancor era grande, vi sair da casa grande, a filha do meu patrão. Ingênua, desprotegida, meu pensamento voou: eis a hora da vingança, vou matar essa criança, vou vingar a minha gente, e se por isso morrer, sei que vou morrer contente.

E a pequena caminhava alegre, despreocupada, vinha em minha direção, como a fera aguarda a caça, eu esperava ansioso, minha hora era chegada. Eu trazia as mãos suadas, nesse momento odioso, meu coração disparava, vi o tronco, vi o chicote, vi meu povo sofrendo, apodrecendo, morrendo e nada mais vi então. Correndo como um possesso, agarrei-a por um braço e levantei-a do chão.

Porém, para minha surpresa, mal eu ergui a menina, uma serpente ferina, como se fora o próprio vento, fere o espaço, errando, por minha causa, o seu bote tão fatal; tudo ocorreu tão de repente, tudo foi de forma tal, que ali parado eu ficara, olhando a serpente que sumia no matagal.

Depois, com a criança em meus braços, olhei meus punhos de aço que deviam matá-la... olhei seus lindos olhinhos que insistiam em me fitar. Fez-me um gesto de carinho, eu estava emocionado, não sabia o que falar, não sabia o que pensar.

Meus pensamentos estavam numa grande confusão, vi a corrente, o tronco, as minhas mãos que vingavam, vi o chicote, a serpente errando o bote... senti um aperto no coração, as minhas mãos calejadas pelo machado, pela enxada, minhas mãos não matariam, não haveria vingança, pois meu Deus não permitira que morresse essa criança.

Assim o tempo passou, de rapaz forte de antes, bem pouca coisa restou, até que um dia chegou, e Benedito acabou...

Mas, do outro lado da morte eu encontrei nova vida, mais longa, muito mais forte, mais de amor e de perdão, os sofrimentos de outrora já não importam agora, por que nada foi em vão...

Fomos mártires nessa vida, desta Umbanda tão querida, religião do coração, da paz, do amor, do perdão". 

sou pai BENEDITO.
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SE ACHEGUE MI ZI FIO.


(Escrito por Pai Ronaldo Linares, em 20 de Outubro de 1964) 




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LINDOS TEXTOS DE UMBANDA.



Dia 15 de Novembro é o dia da senhora da luz velada, UMBANDA É LINDA e inspira lindos textos.
vamos trazer alguns que tivemos acesso nestes anos.
TEXTOS para se ler em silêncio.
abraços a todos os irmãos.


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Volta Caboclo!!!
PAI RONALDO LINARES.

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Volta, Caboclo!
Vem das tuas verdes matas para o recesso da minha mediunidade sau­dosa dos teus benditos fluídos!

Vem incensar minh'alma com o aro­ma da tua presença querida, fa­zen­do ecoar em meus ouvidos aten­tos, o "quiô" da tua vibração!

Vem trazer-me o calor das tuas pa­lavras fluentes, traduzidas na so­no­­ri­dade das folhas das palmeiras quan­do se espanam no ar...

Quero, contigo, apanhar as fo­lhas da Jurema para adornar todo o meu Juremá...
 Cruzar meu caminho com galhos de arruda e enfeitar minha gira com ramos de guiné...

volta caboclo!

Vem... Traz o teu arco forte e a tua flecha certeira... 
Vamos, numa só vi­bração, penetrar no seio da mata virgem, procurar o inimigo que lá se esconde e desarmá-lo, à pujança do teu braço forte!

Volta, Caboclo!

 Coloca em minha fronte o teu belo cocar... e entrosa em mim, tua essência pura de aromá­ticos jardins, contida em tão pequeno frasco!

Como podes usar-me, tu, enviado bendito das falanges superiores, para cumprimento da tua missão?
 A que sacrifícios se submete a tua aura, pois, sendo tão grande, consegue incorpo­rar-se num tão diminuto ser!...
 Mesmo sabendo-me o mais insignificante dos teus médiuns, rogo-te, com ânsias deses­peradas na voz e uma saudade torturante em meu coração:

volta caboclo!
 "Volta ao teu reino de luz onde impera a verda­deira caridade! Volta ao teu pegi de amor onde te aguar­dam, ansiosos, os teus filhos de fé e o teu mo­desto apa­relho receptor...

As ondas vibráteis da minha me­diu­nidade que­rem voltar a funcionar ao toque das tuas abençoadas mãos... Teu re­gresso será uma festa emo­cio­nal onde as lágrimas mal contidas se confun­di­rão com o sorriso de algu­mas cria­turas que não sabem chorar...

Teu ponto riscado iluminado es­tá...
 teu ponto cantado, entoado num só diapasão de voz, te abrirá ao nosso meio, para aconchego dos que reco­nhe­cem em ti, um trabalhador no cam­po sublime da caridade!...

Teu assobio atrairá a atenção da­queles que ainda te crêem em missão no Alto e de pronto, estarás entre nós, numa vibração harmoniosa que a todos envolverá.

Volta, Caboclo! Sem ti sou qual ave sem ninho... Pássaro sem asa... Ár­vore sem ramagens... Volta, Ca­boclo... Minha cabana te espera... 

A copa dos arvoredos se cobre de flores ao ciclo mágico da primavera... O perfume dos jasmins per­passa pelo ar e o ca­minho do teu re­gresso es­tá se aromati­zando de incenso, mirra e de benjoim...

Curumins alegres - os teus cu­rumins - vesti­dos de branco, irão es­pa­lhando, pela orla do vale, pétalas cheirosas à tua passagem...

 Nos cui­tés, haverá a água de coco fresqui­nha, o aluá e o néctar precioso que as abelhas produzem... Vem... Tudo se prepara para tua chegada... 

Os tam­bores sau­darão a tua vinda junto com os aplau­sos daqueles que res­peitam e reco­nhe­cem o valor da tua gira!

Volta, Caboclo! Minhas mãos te buscam na sinceridade DESTA súplica onde se patenteia o meu amor por ti e a gratidão ao Médium Supremo por me ter apontado para ser teu peque­nino médium!

 Volta, Caboclo... Volta... 



terça-feira, 1 de novembro de 2011

menina, moça, mulher e anciã .

falar da bruxa é como
....fragmentos de um texto do qual desconheço , más me identifico até o fundo 

da alma .
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Em meio a escuridão da noite, no profundo silêncio . ( que nunca é silêncio completo pelos cantos das cigarras, das aves noturnas, o deslizar furtivo dos répteis...)

se eleva o canto sagrado do xamã, o " ícaro ", conduzindo-nos dentro do mundo mágico dos seres encantados .

Nos fundimos na profundidade da terra, sólida, acolhedora e úmida, GAIA  a mãe do cipó , mãe do lobo , mãe do homem.

O ícaro é grave, removendo nossa essência fundamental, terrena,

 e logo,
ascendendo em ligeiras cadências, competindo com o vento, e então a essência volátil que nos remonta ao céu num vertiginoso vôo sem fronteiras nos toma pela mão e leva de encontro ao encanto feminino das BRUXAS.

...
. Cálida, doce e amarga, forte, flue em meu corpo com o sabor acre das coisas boas.

Uma paisagem descortinou na minha frente, muito céu azul, vento, sol e terra.

...Somos muitas pessoas no caminho....várias vão ficando PARA TRÁS.

. a bruxa se mostra a mim...adolescente que cresce enquanto vai dançando.

Tem aparência ameríndia, cabelos negros grandes e lisos e olhos rasgados.

Seu corpo flexível é vegetal e dança ao meu redor,
enquanto sorri e conforme vai girando, envelhece
sem perder a graça do movimento.

É agora uma anciã afetuosa e amiga e a sinto como protetora, me surpreende.
E então me olha com olhar travesso e volta a ser jovem.

Flutua, oscila e grita tua voz em meu corpo.

Não te escuto nem vejo, mas vibro com teu calor distante.

Essência viva, mulher etérea, imaterial e vegetal.

Mãe amiga, sem tempo,

 idioma universal.

Graças a tí, minha mente se funde e reencontra Deus e o Eterno.


Vislumbro através de mil cores e formas MEU Ser-Espírito
perdido na alvorada dos tempos.

Memória longínqua do meu ser....
O amor estará gravado em meu genoma .
Aonde tú és a forma, clara de expressá-lo.

me assalta em sonhos irreais,
me agita o coração sem saber por que,
menina, moça, mulher e anciã .
BRUXA E FADA.
Cálida, doce e amarga.

MULHER DIVINA.
DIVINA MULHER.
QUE A VIDA NOS DÁ.
E QUE A VIDA NOS TIRA.


.Antonio Bispo
(fragmentos).

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O Guerreiro Dos Quatro Elementos

. Os mitos relacionados ao deus grego Ares e ao deus romano Marte ganharam nova roupagem na Europa cristã e ressurgiram na figura heróica de São Jorge.
No Brasil, o santo-guerreiro uniu-se ao orixá Ogum para expressar novas facetas do princípio marcial., da força e da determinação guerreira.
estes várias formas sincretizam uma energia , uma força , um polo , uma das faces lapidadas do grande diamante divino.


Há mitos tão resistentes que sobrevivem ao desaparecimento da cultura que os gerou. Ganham nova roupagem, assumem aqui e ali nuances inesperadas, mas preservam sua essência. Alguns mitos parecem mesmo ser universais, dintinguindo-se apenas de uma cultura para outra nos detalhes acessórios. Este é exatamente o caso de São Jorge "OGUM", em quem encontramos traços de deuses pagãos, como o Ares grego, o Marte romano e o Kalvis ou Kalvelis dos povos bálticos.


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São Jorge é considerado um mártir dos primeiros tempos do Cristianismo.
 Durante a Idade Média, transformou-se num símbolo idealizado da coragem guerreira e do desapego cristão. Nenhum fato de sua lenda pode ser realmente confirmado.

As primeiras notícias sobre a lenda de São Jorge na Europa devem-se a Arculf, bispo talvez da Germânia, talvez de Périgueux, na Aquitânia (atual França), que foi também o primeiro europeu ocidental a arriscar-se em peregrinação ao Oriente Médio após o advento do Islamismo. 


Misticamente.

A lenda de São Jorge, que não tem qualquer origem no culto dos orixás, mas sim no Cristianismo Popular, atribui-lhe o domínio da Lua, onde ele estaria em permanente combate com o dragão.
 É interessante notar que o símbolo da Lua, do ponto de vista astrológico, não é o desenho da Lua Cheia, mas do Crescente, que é formado por dois semi-círculos.

 Enquanto o círculo - o Sol - representa o espírito enquanto instância permanente e perfeita, o semicírculo é a alma, ou seja, o espírito ainda submetido às experiências da evolução, aprisionado nas sombras da própria ignorância e no vendaval das paixões ainda não dominadas.

 A Lua não tem brilho próprio, apenas refletindo a luz do Sol.

 Da mesma forma, para tomar de empréstimo uma concepção do pensamento hinduísta, a alma que perambula nas experiências de aprendizagem expressa apenas um reflexo provisório de sua verdadeira identidade, que só brilhará de forma pura quando o espírito transcender o ciclo das reencarnações e alcançar os planos mais elevados da absoluta ausência de forma, no mental superior.


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No Xamanismo existe
O conceito do HIMORI: que É a força vital humana que mora no peito , força cósmica , representado pelo cavalo , “cavalos de vento” .



Espíritos que moram no peito do XAMÃ .

Relação PODER –CAVALO –HIMORI.

 O Simbolismo místico  do cavalo, o cavalo simboliza a força vital espiritual,
O Dragão simboliza o baixo , a força em sua polaridade negativa. 

No simbolismo do mito de São Jorge , perceba que SÃO JORGE, não mata o dragão , ele é submetido a sua lança.
A lança simboliza a consciência,
O dragão o negativismo como força cósmica, necessária ao equilíbrio, não cultuada, e sim respeitada e usada para o equilíbrio da consciência divina e humana.
O guerreiro (Jorge) faz uso da consciência (lança ) e submete o negativismo (dragão) apoiado sobre a força espiritual ( cavalo)  divina ( branco) .
Como tudo nesta existência um grande simbolismo oculto.

 .
 O santo-guerreiro nos quatro elementos
Em plena mata virgem
eu vi um cavaleiro
com seu cavalo branco
 
vindo da macaia.
É nas ondas do mar,
é no clarão da Lua.
Auê, vamos saravar Ogum Mejê,
Saravá Rompe-Mato,
Olha Ogum Beira Mar,
Ogum de Lei.

Macaia é palavra banta, originária do dialeto kikongo (do antigo Congo), significando folhas sagradas. Pode ser traduzida também por mata sagrada (o lugar da mata reservado à realização de rituais) ou, dependendo do contexto, por fumo.
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 No sétimo verso, surge a expressão auê, que vem do iorubano àwé, ou seja,meu amigo.
É uma saudação amistosa dirigida a desconhecidos e utilizada para todos os orixás. Aparece também o verbo saravar, que é simplesmente o mesmo que salvar, ou saudar, no português estropiado falado pelos primeiros escravos bantos (A palavra é puramente brasileira e não tem nada de africana. Dizer Saravá! é dizer salve!).

. Em terras brasileiras, Ogum acabou sendo facilmente associado à história dos vários santos guerreiros que integram o cristianismo. Nessa situação sincrética, acabou sendo relacionado à imagem de São Jorge.


. Essa aproximação pode ser historicamente reconhecida na Guerra do Paraguai, quando vários negros participantes do conflito professaram que a vitória na Batalha de Humaitá teria sido fruto da proteção do santo que simbolizava o orixá.

Cabe lembrar que os negros constituíam maioria entre os soldados e marinheiros que lutaram na Guerra do Paraguai.



As tropas jamais deixaram de invocar a proteção de Ogum, seja diretamente ao orixá, seja na forma de São Jorge, o que talvez explique algumas expressões presentes nos pontos cantados, como Ogum jurou bandeira nos campos do Humaitá


"A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. Ela foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870.
  Humaitá é o nome de uma localidade onde ocorreu uma das mais importantes batalhas desta guerra, sendo ao mesmo tempo o nome atribuído à região do mundo invisível - o orum - que se acredita seja a morada de Ogum.


 Em função do sincretismo e da forte presença negra entre as tropas brasileiras, esses santos passaram a receber honras militares, o que incluía até mesmo patentes de oficial no Exército e na Marinha, com direito a soldo!
daí justificasse dizer de  OGUM QUE: SUAS DIVISAS DE GENERAL FOI SÃO JOSÉ E MARIA QUEM LHES DEU.

como cantado nos pontos do ORIXÁ Guerreiro.

O sincretismo real , e importantíssimo para a preservação do MITO, que mantem a devoção a esta energia divina.

São Jorge é Santo e está no céu sim ,tanto quanto OGUM está no ORUM ,  ARES e MARTE no OLIMPO , 

SARAVÁ OGUM.
SALVE JORGE.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

CRISTO MÍSTICO.

. Quando CRISTO andou pela Terra como homem, procurou fazer-se entender explicando à humanidade aquilo que o Grande Pai o confiou, porém era muito difícil para as pessoas compreenderem o quanto era fácil e simples chegar a Deus. 
O médium supremo , o grande pajé , o xamã  do cavalo de vento dourado ao peito, o grande irmão urso,traz em si o grande simbolismo místico da presença divina , ensinando a aqueles que tenham coração de sentir , o respeito as diferenças e ao livre arbítrio ..


dentro deste simbolismo ,mágico e mistico.
os estigmas de Cristo segundo o livro da luz.





. Estigmas do Cristo

Representam, além dos chakras, os cinco sentidos do Caminho da Sabedoria



Os estigmas dos pés simbolizam o Caminho da Sabedoria que somente aquele que está apto a ser peregrino pode trilhar. 

Os estigmas das mãos significam o tato e a abnegação de saber tocar sem possuir. 

Os estigmas das costas representam a humilhação da matéria, a ignorância do mundo e seus obstáculos, que tentam derrubar aquele que trilha o Caminho da Sabedoria. 

Os estigmas da cabeça significam a sabedoria divina vencendo a ignorância da matéria, pois somente tamanha sabedoria suportaria uma coroa de espinhos sem reclamar uma só palavra, que poderia destruir aquele sofrimento. É preciso ter muita sabedoria para não usar o poder. Também significa o pensar antes da reação.

O estigma do peito significa o sentimento verdadeiro, o amor incondicional. 

Para os homens esses estigmas têm apenas um simbolismo de dor, mas para os sábios eles são um livro de grande aprendizado, principalmente para quem deseja se iniciar na grande mística divina.

Em suma isso quer dizer

que todo aquele que deseja avançar para os mistérios divinos deve ver sua vida como a vida de um livre peregrino. 
Quando digo peregrino não necessariamente estou afirmando que as pessoas devam sair pelo mundo sem rumo ou direção.
Estou dizendo que a vida terrena é um eterno peregrinar, encarnação após encarnação, vida após vida, mas se surge no homem a necessidade da busca interior ele deve fazê-lo.
 Para isso o homem deve se manter abnegado, estando sempre pronto para alçar vôo como uma águia livre que invade os céus com toda sua beleza. Para isso o homem deve agir como os pássaros, que só podem voar porque a nada são apegados, pois suas asas só suportam o peso dos seus corpos e daquilo que lhes servirá de alimento. 
Os pássaros podem andar e voar, mas não podem possuir objetos como os homens. No entanto o homem daria tudo para ter as asas dos pássaros, mas os pássaros com certeza nada dariam para ter a prisão sem muros do homem. 
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