No Brasil, o santo-guerreiro uniu-se ao orixá Ogum para expressar novas facetas do princípio marcial., da força e da determinação guerreira.
estes várias formas sincretizam uma energia , uma força , um polo , uma das faces lapidadas do grande diamante divino.
Há mitos tão resistentes que sobrevivem ao desaparecimento da cultura que os gerou. Ganham nova roupagem, assumem aqui e ali nuances inesperadas, mas preservam sua essência. Alguns mitos parecem mesmo ser universais, dintinguindo-se apenas de uma cultura para outra nos detalhes acessórios. Este é exatamente o caso de São Jorge "OGUM", em quem encontramos traços de deuses pagãos, como o Ares grego, o Marte romano e o Kalvis ou Kalvelis dos povos bálticos.
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São Jorge é considerado um mártir dos primeiros tempos do Cristianismo.
Durante a Idade Média, transformou-se num símbolo idealizado da coragem guerreira e do desapego cristão. Nenhum fato de sua lenda pode ser realmente confirmado.
Misticamente.
A lenda de São Jorge, que não tem qualquer origem no culto dos orixás, mas sim no Cristianismo Popular, atribui-lhe o domínio da Lua, onde ele estaria em permanente combate com o dragão.
É interessante notar que o símbolo da Lua, do ponto de vista astrológico, não é o desenho da Lua Cheia, mas do Crescente, que é formado por dois semi-círculos.
Enquanto o círculo - o Sol - representa o espírito enquanto instância permanente e perfeita, o semicírculo é a alma, ou seja, o espírito ainda submetido às experiências da evolução, aprisionado nas sombras da própria ignorância e no vendaval das paixões ainda não dominadas.
A Lua não tem brilho próprio, apenas refletindo a luz do Sol.
Da mesma forma, para tomar de empréstimo uma concepção do pensamento hinduísta, a alma que perambula nas experiências de aprendizagem expressa apenas um reflexo provisório de sua verdadeira identidade, que só brilhará de forma pura quando o espírito transcender o ciclo das reencarnações e alcançar os planos mais elevados da absoluta ausência de forma, no mental superior.
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No Xamanismo existeO conceito do HIMORI: que É a força vital humana que mora no peito , força cósmica , representado pelo cavalo , “cavalos de vento” .
Espíritos que moram no peito do XAMÃ .
Relação PODER –CAVALO –HIMORI.
O Simbolismo místico do cavalo, o cavalo simboliza a força vital espiritual,
O Dragão simboliza o baixo , a força em sua polaridade negativa.
No simbolismo do mito de São Jorge , perceba que SÃO JORGE, não mata o dragão , ele é submetido a sua lança.
A lança simboliza a consciência,
O dragão o negativismo como força cósmica, necessária ao equilíbrio, não cultuada, e sim respeitada e usada para o equilíbrio da consciência divina e humana.
O guerreiro (Jorge) faz uso da consciência (lança ) e submete o negativismo (dragão) apoiado sobre a força espiritual ( cavalo) divina ( branco) .
Como tudo nesta existência um grande simbolismo oculto.
Em plena mata virgem
eu vi um cavaleiro
com seu cavalo branco
vindo da macaia.
É nas ondas do mar,
é no clarão da Lua.
Auê, vamos saravar Ogum Mejê,
Saravá Rompe-Mato,
Olha Ogum Beira Mar,
Ogum de Lei.
eu vi um cavaleiro
com seu cavalo branco
vindo da macaia.
É nas ondas do mar,
é no clarão da Lua.
Auê, vamos saravar Ogum Mejê,
Saravá Rompe-Mato,
Olha Ogum Beira Mar,
Ogum de Lei.
Macaia é palavra banta, originária do dialeto kikongo (do antigo Congo), significando folhas sagradas. Pode ser traduzida também por mata sagrada (o lugar da mata reservado à realização de rituais) ou, dependendo do contexto, por fumo.
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No sétimo verso, surge a expressão auê, que vem do iorubano àwé, ou seja,meu amigo.
É uma saudação amistosa dirigida a desconhecidos e utilizada para todos os orixás. Aparece também o verbo saravar, que é simplesmente o mesmo que salvar, ou saudar, no português estropiado falado pelos primeiros escravos bantos (A palavra é puramente brasileira e não tem nada de africana. Dizer Saravá! é dizer salve!).
. Em terras brasileiras, Ogum acabou sendo facilmente associado à história dos vários santos guerreiros que integram o cristianismo. Nessa situação sincrética, acabou sendo relacionado à imagem de São Jorge.
. Essa aproximação pode ser historicamente reconhecida na Guerra do Paraguai, quando vários negros participantes do conflito professaram que a vitória na Batalha de Humaitá teria sido fruto da proteção do santo que simbolizava o orixá.
Cabe lembrar que os negros constituíam maioria entre os soldados e marinheiros que lutaram na Guerra do Paraguai.
As tropas jamais deixaram de invocar a proteção de Ogum, seja diretamente ao orixá, seja na forma de São Jorge, o que talvez explique algumas expressões presentes nos pontos cantados, como Ogum jurou bandeira nos campos do Humaitá.
"A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. Ela foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870.
Humaitá é o nome de uma localidade onde ocorreu uma das mais importantes batalhas desta guerra, sendo ao mesmo tempo o nome atribuído à região do mundo invisível - o orum - que se acredita seja a morada de Ogum.
Em função do sincretismo e da forte presença negra entre as tropas brasileiras, esses santos passaram a receber honras militares, o que incluía até mesmo patentes de oficial no Exército e na Marinha, com direito a soldo!
daí justificasse dizer de OGUM QUE: SUAS DIVISAS DE GENERAL FOI SÃO JOSÉ E MARIA QUEM LHES DEU.
como cantado nos pontos do ORIXÁ Guerreiro.
O sincretismo real , e importantíssimo para a preservação do MITO, que mantem a devoção a esta energia divina.
São Jorge é Santo e está no céu sim ,tanto quanto OGUM está no ORUM , ARES e MARTE no OLIMPO ,
SARAVÁ OGUM.
SALVE JORGE.
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