terça-feira, 1 de novembro de 2011

menina, moça, mulher e anciã .

falar da bruxa é como
....fragmentos de um texto do qual desconheço , más me identifico até o fundo 

da alma .
.

Em meio a escuridão da noite, no profundo silêncio . ( que nunca é silêncio completo pelos cantos das cigarras, das aves noturnas, o deslizar furtivo dos répteis...)

se eleva o canto sagrado do xamã, o " ícaro ", conduzindo-nos dentro do mundo mágico dos seres encantados .

Nos fundimos na profundidade da terra, sólida, acolhedora e úmida, GAIA  a mãe do cipó , mãe do lobo , mãe do homem.

O ícaro é grave, removendo nossa essência fundamental, terrena,

 e logo,
ascendendo em ligeiras cadências, competindo com o vento, e então a essência volátil que nos remonta ao céu num vertiginoso vôo sem fronteiras nos toma pela mão e leva de encontro ao encanto feminino das BRUXAS.

...
. Cálida, doce e amarga, forte, flue em meu corpo com o sabor acre das coisas boas.

Uma paisagem descortinou na minha frente, muito céu azul, vento, sol e terra.

...Somos muitas pessoas no caminho....várias vão ficando PARA TRÁS.

. a bruxa se mostra a mim...adolescente que cresce enquanto vai dançando.

Tem aparência ameríndia, cabelos negros grandes e lisos e olhos rasgados.

Seu corpo flexível é vegetal e dança ao meu redor,
enquanto sorri e conforme vai girando, envelhece
sem perder a graça do movimento.

É agora uma anciã afetuosa e amiga e a sinto como protetora, me surpreende.
E então me olha com olhar travesso e volta a ser jovem.

Flutua, oscila e grita tua voz em meu corpo.

Não te escuto nem vejo, mas vibro com teu calor distante.

Essência viva, mulher etérea, imaterial e vegetal.

Mãe amiga, sem tempo,

 idioma universal.

Graças a tí, minha mente se funde e reencontra Deus e o Eterno.


Vislumbro através de mil cores e formas MEU Ser-Espírito
perdido na alvorada dos tempos.

Memória longínqua do meu ser....
O amor estará gravado em meu genoma .
Aonde tú és a forma, clara de expressá-lo.

me assalta em sonhos irreais,
me agita o coração sem saber por que,
menina, moça, mulher e anciã .
BRUXA E FADA.
Cálida, doce e amarga.

MULHER DIVINA.
DIVINA MULHER.
QUE A VIDA NOS DÁ.
E QUE A VIDA NOS TIRA.


.Antonio Bispo
(fragmentos).

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