quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O Guerreiro Dos Quatro Elementos

. Os mitos relacionados ao deus grego Ares e ao deus romano Marte ganharam nova roupagem na Europa cristã e ressurgiram na figura heróica de São Jorge.
No Brasil, o santo-guerreiro uniu-se ao orixá Ogum para expressar novas facetas do princípio marcial., da força e da determinação guerreira.
estes várias formas sincretizam uma energia , uma força , um polo , uma das faces lapidadas do grande diamante divino.


Há mitos tão resistentes que sobrevivem ao desaparecimento da cultura que os gerou. Ganham nova roupagem, assumem aqui e ali nuances inesperadas, mas preservam sua essência. Alguns mitos parecem mesmo ser universais, dintinguindo-se apenas de uma cultura para outra nos detalhes acessórios. Este é exatamente o caso de São Jorge "OGUM", em quem encontramos traços de deuses pagãos, como o Ares grego, o Marte romano e o Kalvis ou Kalvelis dos povos bálticos.


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São Jorge é considerado um mártir dos primeiros tempos do Cristianismo.
 Durante a Idade Média, transformou-se num símbolo idealizado da coragem guerreira e do desapego cristão. Nenhum fato de sua lenda pode ser realmente confirmado.

As primeiras notícias sobre a lenda de São Jorge na Europa devem-se a Arculf, bispo talvez da Germânia, talvez de Périgueux, na Aquitânia (atual França), que foi também o primeiro europeu ocidental a arriscar-se em peregrinação ao Oriente Médio após o advento do Islamismo. 


Misticamente.

A lenda de São Jorge, que não tem qualquer origem no culto dos orixás, mas sim no Cristianismo Popular, atribui-lhe o domínio da Lua, onde ele estaria em permanente combate com o dragão.
 É interessante notar que o símbolo da Lua, do ponto de vista astrológico, não é o desenho da Lua Cheia, mas do Crescente, que é formado por dois semi-círculos.

 Enquanto o círculo - o Sol - representa o espírito enquanto instância permanente e perfeita, o semicírculo é a alma, ou seja, o espírito ainda submetido às experiências da evolução, aprisionado nas sombras da própria ignorância e no vendaval das paixões ainda não dominadas.

 A Lua não tem brilho próprio, apenas refletindo a luz do Sol.

 Da mesma forma, para tomar de empréstimo uma concepção do pensamento hinduísta, a alma que perambula nas experiências de aprendizagem expressa apenas um reflexo provisório de sua verdadeira identidade, que só brilhará de forma pura quando o espírito transcender o ciclo das reencarnações e alcançar os planos mais elevados da absoluta ausência de forma, no mental superior.


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No Xamanismo existe
O conceito do HIMORI: que É a força vital humana que mora no peito , força cósmica , representado pelo cavalo , “cavalos de vento” .



Espíritos que moram no peito do XAMÃ .

Relação PODER –CAVALO –HIMORI.

 O Simbolismo místico  do cavalo, o cavalo simboliza a força vital espiritual,
O Dragão simboliza o baixo , a força em sua polaridade negativa. 

No simbolismo do mito de São Jorge , perceba que SÃO JORGE, não mata o dragão , ele é submetido a sua lança.
A lança simboliza a consciência,
O dragão o negativismo como força cósmica, necessária ao equilíbrio, não cultuada, e sim respeitada e usada para o equilíbrio da consciência divina e humana.
O guerreiro (Jorge) faz uso da consciência (lança ) e submete o negativismo (dragão) apoiado sobre a força espiritual ( cavalo)  divina ( branco) .
Como tudo nesta existência um grande simbolismo oculto.

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 O santo-guerreiro nos quatro elementos
Em plena mata virgem
eu vi um cavaleiro
com seu cavalo branco
 
vindo da macaia.
É nas ondas do mar,
é no clarão da Lua.
Auê, vamos saravar Ogum Mejê,
Saravá Rompe-Mato,
Olha Ogum Beira Mar,
Ogum de Lei.

Macaia é palavra banta, originária do dialeto kikongo (do antigo Congo), significando folhas sagradas. Pode ser traduzida também por mata sagrada (o lugar da mata reservado à realização de rituais) ou, dependendo do contexto, por fumo.
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 No sétimo verso, surge a expressão auê, que vem do iorubano àwé, ou seja,meu amigo.
É uma saudação amistosa dirigida a desconhecidos e utilizada para todos os orixás. Aparece também o verbo saravar, que é simplesmente o mesmo que salvar, ou saudar, no português estropiado falado pelos primeiros escravos bantos (A palavra é puramente brasileira e não tem nada de africana. Dizer Saravá! é dizer salve!).

. Em terras brasileiras, Ogum acabou sendo facilmente associado à história dos vários santos guerreiros que integram o cristianismo. Nessa situação sincrética, acabou sendo relacionado à imagem de São Jorge.


. Essa aproximação pode ser historicamente reconhecida na Guerra do Paraguai, quando vários negros participantes do conflito professaram que a vitória na Batalha de Humaitá teria sido fruto da proteção do santo que simbolizava o orixá.

Cabe lembrar que os negros constituíam maioria entre os soldados e marinheiros que lutaram na Guerra do Paraguai.



As tropas jamais deixaram de invocar a proteção de Ogum, seja diretamente ao orixá, seja na forma de São Jorge, o que talvez explique algumas expressões presentes nos pontos cantados, como Ogum jurou bandeira nos campos do Humaitá


"A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. Ela foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870.
  Humaitá é o nome de uma localidade onde ocorreu uma das mais importantes batalhas desta guerra, sendo ao mesmo tempo o nome atribuído à região do mundo invisível - o orum - que se acredita seja a morada de Ogum.


 Em função do sincretismo e da forte presença negra entre as tropas brasileiras, esses santos passaram a receber honras militares, o que incluía até mesmo patentes de oficial no Exército e na Marinha, com direito a soldo!
daí justificasse dizer de  OGUM QUE: SUAS DIVISAS DE GENERAL FOI SÃO JOSÉ E MARIA QUEM LHES DEU.

como cantado nos pontos do ORIXÁ Guerreiro.

O sincretismo real , e importantíssimo para a preservação do MITO, que mantem a devoção a esta energia divina.

São Jorge é Santo e está no céu sim ,tanto quanto OGUM está no ORUM ,  ARES e MARTE no OLIMPO , 

SARAVÁ OGUM.
SALVE JORGE.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

CRISTO MÍSTICO.

. Quando CRISTO andou pela Terra como homem, procurou fazer-se entender explicando à humanidade aquilo que o Grande Pai o confiou, porém era muito difícil para as pessoas compreenderem o quanto era fácil e simples chegar a Deus. 
O médium supremo , o grande pajé , o xamã  do cavalo de vento dourado ao peito, o grande irmão urso,traz em si o grande simbolismo místico da presença divina , ensinando a aqueles que tenham coração de sentir , o respeito as diferenças e ao livre arbítrio ..


dentro deste simbolismo ,mágico e mistico.
os estigmas de Cristo segundo o livro da luz.





. Estigmas do Cristo

Representam, além dos chakras, os cinco sentidos do Caminho da Sabedoria



Os estigmas dos pés simbolizam o Caminho da Sabedoria que somente aquele que está apto a ser peregrino pode trilhar. 

Os estigmas das mãos significam o tato e a abnegação de saber tocar sem possuir. 

Os estigmas das costas representam a humilhação da matéria, a ignorância do mundo e seus obstáculos, que tentam derrubar aquele que trilha o Caminho da Sabedoria. 

Os estigmas da cabeça significam a sabedoria divina vencendo a ignorância da matéria, pois somente tamanha sabedoria suportaria uma coroa de espinhos sem reclamar uma só palavra, que poderia destruir aquele sofrimento. É preciso ter muita sabedoria para não usar o poder. Também significa o pensar antes da reação.

O estigma do peito significa o sentimento verdadeiro, o amor incondicional. 

Para os homens esses estigmas têm apenas um simbolismo de dor, mas para os sábios eles são um livro de grande aprendizado, principalmente para quem deseja se iniciar na grande mística divina.

Em suma isso quer dizer

que todo aquele que deseja avançar para os mistérios divinos deve ver sua vida como a vida de um livre peregrino. 
Quando digo peregrino não necessariamente estou afirmando que as pessoas devam sair pelo mundo sem rumo ou direção.
Estou dizendo que a vida terrena é um eterno peregrinar, encarnação após encarnação, vida após vida, mas se surge no homem a necessidade da busca interior ele deve fazê-lo.
 Para isso o homem deve se manter abnegado, estando sempre pronto para alçar vôo como uma águia livre que invade os céus com toda sua beleza. Para isso o homem deve agir como os pássaros, que só podem voar porque a nada são apegados, pois suas asas só suportam o peso dos seus corpos e daquilo que lhes servirá de alimento. 
Os pássaros podem andar e voar, mas não podem possuir objetos como os homens. No entanto o homem daria tudo para ter as asas dos pássaros, mas os pássaros com certeza nada dariam para ter a prisão sem muros do homem. 
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terça-feira, 4 de outubro de 2011

O OLHAR MÍSTICO DA CABALA SOBRE A UMBANDA.

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UMBANDA pode ser escrita com sete letras hebraicas (elas possuem nome): ALEPH, VAV, MEM, BEITH, NUN, DALET E HEY.  Aqui encontramos as Sete Linhas e os Sete Orixás.

Os valores numéricos correspondentes são (as letras também possuem um número): Aleph (01), Vav (06), Mem (40), Beith (02), Nun (50), Daleth (04) e Hey (05).  Logo, a soma da palavra Umbanda é 108.

Em hebraico, temos outras palavras com este mesmo valor. As palavras com o mesmo valor são irmãs, ou seja, possuem a mesma vibração ou poder.

Assim, temos as seguintes palavras irmãs de Umbanda :
1) Chanakh: dado graciosamente e
2) Vayatzev: e ele levantou.

Nós encontramos estas duas palavras no Livro do Gênesis da Bíblia.  A primeira em 33, 5 e a segunda em 33, 20.

Lemos na primeira: “Os filhos que Deus (tem) graciosamente dado” e na segunda: “e ele levantou ali um altar e chamou-lhe Deus”. Isto ocorreu quando o Patriarca Jacó chegou na cidade de Siquém.

O significado místico desta passagem é de grande importância, pois vemos aqui inseridas a origem divina da doutrina ou religião umbandista. 

Jacó, o Patriarca, é a raiz das Doze Tribos de Israel. Segundo a passagem acima, ele levantou um altar ao Altíssimo e Onipotente Senhor.  Este altar, uma rocha consagrada, é chamado de “Deus”, pois representa a divindade fincada na terra. Uma espécie de “assentamento”...

Em que a Umbanda desceu do Céu (plano astral superior).  

Desta forma, cabalisticamente lemos: 
-Que...  UMBANDA.

- Como uma rocha ela é forte, firme e tem base muito sólida.
- Também é eterna, pois os homens não podem mudar os desígnios divinos. 

Texto de Ras Adeagbo.

Umbanda começa com a letra Aleph.  Esta letra simboliza o “início”, pois é a primeira letra da escrita sagrada.  Aleph é uma imagem do Deus Criador, o princípio de tudo.


A Umbanda convida o adepto a voltar à sua origem divina. Uma religião autêntica vem de cima (astral superior, o mundo da unidade), não de baixo (astral inferior, o mundo da confusão).

O Orixá identificado com Aleph é Oxalá, o Grande Senhor das Alturas, o Pai da Pureza (branco, luminoso).  No sincretismo afro-católico é Yashua, Jesus o Nazareno, vestido de alva túnica, emanação do Pai Invisível (Olorun, Zambi).

Aleph na Cabala é também o ar.  Sem ele não existe vida. Este ar relaciona-se com o espírito, a porção divina encarnada na matéria. Isto nos lembra o primeiro espírito que revelou a origem do movimento umbandista : O Caboclo das Sete Encruzilhadas.   Vemos aqui, novamente, o número sete!  Ora, o próprio nome da Umbanda também veio das alturas, do princípio...

Umbanda é sete (poderes, raios, vibrações), veio do um (mundo da unidade), seu revelador era sete (Sete Encruzilhadas) e se manifestou do um (Olorun).  Isto é Cabala!



Umbanda, como vimos, tem sete letras. A letra do meio desta palavra mágica, o coração dela, é a letra Beith.

Esta letra significa casa, tenda ou abrigo. Misticamente pode ser compreendida como templo ou santuário.

Com a letra Beith  inicia-se a Bíblia (Antigo Testamento)em hebraico.  A Bíblia é também patrimônio dos umbandistas.  Mas, teria a Umbanda uma Bíblia especial ou revelação escrita particular, como as outras religiões?

Seguindo a tradição da Cabala, encontramos o seguinte ensinamento.  Como Deus é o princípio (letra Aleph), Beith é a criação e a criatura.  A melhor representação da criação é a Mãe Natureza.  Ela é a Bíblia viva e misteriosa. a BÍBLIA UMBANDISTA.

Quando mergulhamos nos segredos da Natureza, compreendemos melhor Deus.  Ela é um livro aberto, mas só  os que ficam em silêncio e em atitude de respeito dentro e diante dela, conseguem ler suas palavras de sabedoria.

Para a Umbanda, a Natureza é o rosto visível de Deus. Também é o santuário ou templo natural dos discípulos deste culto sagrado.

Lá na mata, cachoeira, pedreira, rio ou mar, Deus e seus mensageiros (Orixás) se mostram mais intimamente. Por isto, a Umbanda pode orgulhar-se de ter o melhor santuário da criação e a mais bonita Bíblia do mundo.
 A NATUREZA.
Ninguém precisa fazer faculdade ou pagar para ler esta escritura.  Também nunca existirão padres ou pastores donos dela!  Ela é Mãe de tudo e de todos.  A Natureza é livre e soberana.

Assim, podemos afirmar sem rodeios: A Umbanda é cabalística, como a Cabala é umbandística.  São duas rosas irmãs, do imenso roseiral do Jardim de Oxalá.

Texto de Ras Adeagbo.